Marina admite porém que poderá apoiar outras legendas em algumas regiões
Júnia Gama
Marina Silva e Eduardo Campos durante entrevista coletiva neste domingo O Globo / Leo Cabral
BRASÍLIA - O governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos (PSB) e a ex-ministra Marina Silva minimizaram neste domingo divergências entre o PSB e a Rede Sustentável que vêm causando desconforto em ambos os lados desde que a aliança entre os dois foi formada. Em entrevista durante o Primeiro Seminário Programático da Rede Sustentabilidade, em Brasília, Campos afirmou que, em ao menos 20 estados, a situação entre os militantes da Rede e do seu partido estaria “tranquila”.
- Até 90 dias atrás, estávamos vivendo outra realidade. Demos conta de superar o revés do não reconhecimento da Rede como partido e construímos um entendimento programático e deixamos que nossos companheiros nos estados se conheçam e encontrem convergências. Dos 27 estados, temos mais de 20 com um caminho muito aplainado e tranquilo entre a militância da Rede e do PSB - afirmou o governador, que vai se reunir nesta segunda-feira com o presidente do PPS, Roberto Freire, em Recife, para formalizar a aliança entre as duas siglas e debater o mapa eleitoral nos estados.
Marina reforçou que as decisões nos estados não serão tomadas de forma “verticalizada” em relação à aliança nacional, mas cobrou coerência nas questões regionais com o programa de governo que está sendo elaborado nacionalmente. A ex-ministra citou o exemplo do Paraná, em que o PSB deverá se unir ao PSDB, e a Rede, ao PV.
- Nossa aliança não é verticalizada, não estabelece nessa lógica para o plano federal a lógica nos estados. No entanto, estamos trabalhando a prioridade nacional para que nos ajude na composição regional, e é preciso ter coerência nos dois processos. Não tem como ter um bom programa nacional que não se reflita nos estados - disse a ex-ministra.
Antes da aliança entre os dois, Eduardo Campos vinha tentando uma aproximação com o agrobusiness, com o qual a Rede mantém relação conflituosa. O governador tem enfrentado dificuldades na tentativa de conciliar o ambientalismo ao discurso para o setor produtivo. Recentemente, por exemplo, um dos possíveis aliados de Campos, o líder do DEM na Câmara e ruralista, Ronaldo Caiado (GO), foi afastado do cenário por duras declarações de Marina.
No evento, a ex-ministra também reafirmou que Eduardo Campos é o candidato na aliança à Presidência da República em 2014, tema que gerou dúvidas logo que o acordo entre os dois foi firmado. Marina Silva afirmou, no entanto, que ainda não há decisão a respeito de seu lugar na aliança e que uma possível composição de vice na chapa presidencial não está assegurada.
- (A aliança) significa ele como presidente, essa história de vice ninguém discutiu não. Não quero fazer uma antecipação dessa discussão. Em momento nenhum o apoio foi condicionado a ocupar espaço na chapa, mas foi feito em torno de um programa e uma estrutura. Não existe essa história de que a Rede entra porque quer ter uma cadeira cativa - pontuou Marina.
Fonte: O Globo
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