Erich Decat - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Após a sequência de ataques realizados contra o vice-presidente Michel Temer por integrantes da cúpula do governo e do PT, a ordem no Palácio do Planalto é “baixar a bola” e aliviar as ofensivas contra o peemedebista nos próximos dias.
Segundo na linha sucessória, Temer é considerado como o maestro do rompimento do PMDB com o Palácio do Planalto, em ato realizado na terça-feira da semana passada. Desde a decisão pelo desembarque do partido da gestão, o vice se transformou em alvo e teve sua autoridade, sua liderança política e suas propostas nas áreas econômica e social atacadas pelos petistas.
Foi o caso, por exemplo, do discurso realizado durante manifestação em Fortaleza no último sábado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O Temer é um constitucionalista, ele é professor de direito, ele sabe que o que estão fazendo é golpe. E isso, ele sabe, que vão cobrar é pra o filho dele, para o neto dele amanhã, porque a forma mais vergonhosa de chegar ao poder é tentar imputar o mandato, dar o golpe numa mulher da qualidade e seriedade da presidenta Dilma Rousseff”, afirmou.
Segundo o Estado apurou, após as ofensivas, que também foram ecoadas em plenário por parlamentares do PT no Congresso, ao longo da semana passada, o entendimento de parte das lideranças é de que Temer já foi “exposto ao ridículo” e que estender a pancadaria poderá ter um efeito contrário: o de vitimizá-lo. Outro receio é de que, a partir dessa vitimização, acabe se criando um “espírito de corpo” entre os peemedebistas, e dessa forma Temer volte a reagrupar setores do partido, que até aqui têm batido de frente com a decisão do desembarque do governo.
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