Por Reuters | Valor Econômico
SANTIAGO - O Partido Socialista chileno, no governo, decidiu ontem apoiar a candidatura de um senador independente para a Presidência do Chile, numa derrota para o ex-presidente Ricardo Lagos, que busca um novo mandato.
Depois de um longo debate, o partido decidiu apoiar Alejandro Guillier, um ex-jornalista de esquerda que é membro coalizão de governo Nova Maioria. Ele prometeu avançar as reformas propostas pela atual presidente, a socialista Michelle Bachelet.
As prévias da coalizão serão realizadas em julho, e as eleições gerais, em novembro. Até pouco tempo atrás, parecia certo que a eleição presidencial iria opor dois candidatos do establishment, bem vistos pelos mercados: Lagos e o ex-presidente de centro-direita Sebastián Piñera.
Mas Lagos, de 79 anos, começou a cair nas pesquisas, à medida que a popularidade de Guillier aumentava. Piñera lidera a corrida presidencial com 27% das intenções de voto, contra 23% de Guillier, de acordo com pesquisa da GfK Adimark. Lagos teve apenas 3% de apoio na pesquisa publicada nesta semana.
Guillier era político pouco conhecido até recentemente. Mas um escândalo de corrupção e o crescimento fraco num dos países mais estáveis e prósperos da América Latina, deixaram muitos eleitores chilenos insatisfeitos com a política, o que fez do status de outsider de Guillier um ativo.
Mas parceiros mais centristas da Nova Maioria, como a Democracia Cristã e o Partido pela Democracia (de Lagos), temem que Guillier seja esquerdista demais. Existe assim o risco de uma ruptura da coalizão que governou o Chile desde a redemocratização, com a exceção do período de governo de Piñera.
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