O Estado de S. Paulo
Plano de superfederação embute estratégia para lançar uma candidatura contra o PT em 2026
Enquanto as investigações sobre a tentativa
de golpe no País atingem o ex-presidente Jair Bolsonaro, o Centrão se articula
para ficar mais turbinado e dar as cartas da direita na próxima disputa pelo
Palácio do Planalto, em 2026.
O plano dos principais partidos do grupo (PP, União Brasil e Republicanos) de formar uma superfederação tem na mira não apenas a eleição para o comando do Congresso, daqui a 11 meses, como o fortalecimento do trio para enfrentar a provável candidatura do presidente Lula à reeleição. Juntas, as três siglas controlam cinco ministérios e estão de olho na pasta da Saúde, que tem orçamento de R$ 232,06 bilhões.
As negociações para criar o consórcio
partidário vêm ocorrendo por uma questão de sobrevivência política do grupo,
até agora liderado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira. Dirigentes das
legendas admitem, no entanto, que a estratégia só começará a sair do papel após
as eleições para as prefeituras.
Se o PP, o União Brasil e o Republicanos já
estivessem casados, teriam no Congresso uma bancada de 149 deputados e 17
senadores, que lhes daria mais dinheiro público para financiar campanhas.
Ao observar os movimentos do Centrão, Lula
montou uma estratégia para se aproximar do agronegócio à base de verbas para
crédito rural e obras do PAC. Mas as resistências do setor ao PT parecem
intransponíveis.
Um dos principais pré-candidatos do Centrão
ao Planalto é o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Ministra da
Agricultura sob Bolsonaro, a senadora Tereza Cristina (PP), por sua vez, vem
sendo citada para ocupar vice da chapa.
São também do União Brasil, partido que
protagonizou divórcio litigioso com o deputado Luciano Bivar, os nomes mais
cotados para dirigir o Congresso. Na Câmara, o candidato de Lira é Elmar
Nascimento; no Senado, o favorito é Davi Alcolumbre.
Mas o cenário continua nebuloso. Uma ala do
PP não quer Elmar, e, sim, o líder do partido, Doutor Luizinho. O presidente do
Republicanos, Marcos Pereira, também está no páreo. “Quem for candidato agora
não chega lá”, desconversa Lira.
As fileiras do Centrão abrigam, ainda, o
governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tanto pode
concorrer à reeleição como ao Planalto, em 2026. Nos bastidores, porém, a
migração de Tarcísio para o PL de Bolsonaro é vista como certa.
Lula vai dando corda para todo mundo enquanto
aposta na melhora da economia para chegar ao quarto mandato. Até lá, o Centrão
pressionará o governo por mais cargos e emendas, o PT continuará vociferando
contra a autonomia do Banco Central e Lira pode até ganhar um ministério. Quem
sabe?
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