DEU EM O GLOBO
Aliados de Dilma, Serra e Marina concluem que pouca agressividade entre candidatos não alterou intenções de voto
Aliados de Dilma, Serra e Marina concluem que pouca agressividade entre candidatos não alterou intenções de voto
Cristiane Jungblut e Henrique Gomes Batista
RIO e BRASÍLIA. Petistas, tucanos e verdes concordaram num ponto, após o debate de quinta- feira, na Rede Globo: o quinto e último encontro entre os presidenciáveis não alterou o quadro eleitoral. Entretanto, enquanto petistas saíram mais felizes do estúdio, de onde acompanharam o enfrentamento, tucanos e verdes demonstravam apreensão sobre a possibilidade de haver ou não segundo turno.
O ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) disse que o evento não deve alterar o quadro eleitoral. Mas, na sua opinião, há uma curva mais favorável à realização do segundo turno.
- Essa possibilidade, que não existia há 30 dias, agora está ocorrendo. Essa curva não se alterou com o debate. Agora, haverá tempo de causar o segundo turno? Isso, saberemos no domingo. Mas, havendo segundo turno, que é o que acredito, teremos que começar a campanha no domingo à noite - disse.
Aécio chegou a criticar a falta de ataques mais diretos no último debate:
- Talvez tenha ficado uma pontinha de frustração pela falta de confronto, mas eu não participei desta estratégia - disse Aécio, que elogiou a participação da candidata do PV, Marina Silva: - Parece que ela começou a acreditar em si mesma.
O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), que estava na TV Globo, admitiu que não houve intenção de os candidatos de se enfrentarem:
- Não se teve a vontade dos candidatos do confronto. Espero que, no segundo turno, haja o confronto.
O presidente do PV no Rio, Alfredo Sirkis, disse crer que Marina se saiu melhor e negou que ela tenha partido mais para o ataque:
- Eu não diria que ela foi mais agressiva. Na minha opinião, ela está mais incisiva.
Vice da chapa de Dilma Rousseff , Michel Temer (PMDB) elogiou o nível do debate, lembrando que foi mais propositivo, sem abordar temas polêmicos como corrupção:
- Nesse debate, houve mais espaço para tratar de propostas e temas que interessam à população. Mas não influencia na mudança do quadro - afirmou.
Jefferson anuncia voto em Plínio de Arruda Sampaio
Assim como Aécio, o deputado Antônio Palocci (PT-SP) avaliou que o debate não alterou o quadro eleitoral:
- O debate não muda o quadro, mas deixa o eleitor mais informado.
O desempenho de Serra provocou uma baixa ontem em sua campanha: o presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson, anunciou que votará no candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, e liberou os filiados do seu partido para votar como quiserem.
Oficialmente, o PTB está na coligação de Serra, mas grande parte da bancada petebista no Congresso apoia Dilma. Em seu Twitter, Jefferson criticou o desempenho de Serra: "Serra o mesmo de sempre. Sem graça, sem emoção, sem colorido. Sem compromisso com o coletivo de partidos a seu lado. Eu, eu, eu... Plínio mostrou a força da terceira idade. Idealista, corajoso, fina ironia, coletivo, partidário. (...) Plínio terá meu voto para presidente do Brasil. Como presidente do PTB, libero meus companheiros a escolherem seu candidato".
Ontem, integrantes da campanha de Serra disseram que o tucano cumpriu o que havia sido determinado por seus estrategistas: falar mais para o Nordeste e para as camadas mais baixas, com promessas como salário mínimo de R$600. A aliados, Serra explicou que, nos debates anteriores, ele perdera pontos ao ser mais agressivo e que, por isso, não deveria correr riscos.
O governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), disse acreditar que não era necessário tocar nos temas polêmicos:
- Esses assuntos já são do conhecimento de toda a população. O debate melhorou um quadro (para Serra) que já estava bom.
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