domingo, 20 de fevereiro de 2011

À la Evita:: Eliane Cantanhêde

Em São Paulo, absolutamente nada. Em Brasília, chatices protocolares e encontros com empresários. É no Rio que Barack Obama vai cair na farra.

O presidente da maior potência do planeta chega com um ano de atraso, mas, em compensação, vem com a mulher, Michelle, deve trazer as duas filhas e pretende dormir três noites no Brasil, duas na capital e uma no Rio.

Segue da cidade maravilhosa direto para o Chile, sobrevoando a Argentina e dando "tchauzinho" lá de cima para a presidente Cristina Kirchner. Isso ainda vai dar rolo.

A programação no Rio será em ritmo de "Domingão do Faustão", com comboio de dezenas de carros "escalando" o Corcovado até o Pão de Açúcar, uma passadinha na orla para se deslumbrar com a praia de Copacabana e uma turnê à la Madonna e Michael Jackson numa favela bem carioca -mas "pacificada". Pode apostar que vai ter batuque com passos de samba aí.

A apoteose será um discurso para 10 mil pessoas, com um script não mais de Faustão nem de Madonna e Michael Jackson, mas sim ao gosto do melhor populismo de... Evita Perón na Argentina.

Entre as possibilidades em análise pelo escalão "pre advanced" (pré-precursor, digamos) está a de Obama falar de uma sacada do histórico Teatro Municipal para o povo se espremendo na Cinelândia.

Ok. Mas, como cochicham amigos do governador Sérgio Cabral, quem vai arregimentar o povo? Como reunir 10 mil pessoas para ouvir um discurso em inglês? Os gringos já combinaram com os russos?

A ideia é Obama repetir no Rio o êxtase de Berlim, em julho de 2008, quando discursou para 200 mil pessoas antes mesmo de eleito, ou do Cairo, no ano seguinte, quando ganhou manchetes do mundo inteiro ao propor um reinício de conversa com os países islâmicos.

Que armas, ideias ou promessas terá o discurso, ainda não se sabe. Na forma, tudo vai bem. No conteúdo... surprise!

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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