Na Mata Sul, onde deu largada à construção de barragens projetadas após as enchentes de 2010, governador foca em Dilma e em Aécio no debate sobre a inflação
PALMARES - A inflação acumulada em 12 meses superou o teto da meta estabelecida pelo governo e o tema entrou com força na sucessão presidencial. Ontem, durante visita à barragem de Serro Azul, em Palmares, Mata Sul do Estado, o governador Eduardo Campos (PSB) alfinetou a presidente Dilma Rousseff (PT) ao dizer que o problema inflacionário deve ser discutido e enfrentado, e não escondido.
"A gente tem que ter cuidado. Não adianta esconder os problemas. Tem problema na economia do mundo e tem problema na economia brasileira também", disparou Eduardo, em claro recado ao governo, antes de criticar também a postura do presidenciável do PSDB, senador Aécio Neves, sobre o tema. "Esse é um assunto muito sério e não pode ser tratado de maneira eleitoral, com um acusando o outro. Isso não interessa ao País", alfinetou.
No feriado do trabalhador, Aécio atacou o governo acusando "leniência" da equipe econômica com a alta da inflação. Na noite do mesmo dia, durante pronunciamento à Nação em cadeia nacional de TV, a presidente Dilma disse que "é óbvio" que seu governo está cuidando da inflação. Foi uma resposta à grita de partidos como o PSDB e o PSB, que têm feitos reiteradas críticas à política econômica.
Defendendo uma unidade entre políticos, empresários, sociedade e analistas, Eduardo disse que a derrubada da inflação foi "a grande conquista da nação brasileira" e deve ser preservada. "É fundamental que tenhamos uma grande unidade nesse assunto. A quem interessa a retomada da inflação? Somos todos brasileiros. Será que tem alguém torcendo para inflação voltar? Não é possível!", atacou.
Questionado sobre qual seria a melhor forma de combater a alta de preços, o governador adotou postura diplomática, evitando criticar diretamente a política econômica federal. "Tem receituário de todo gosto. Tem aqueles que apostam em jogar o País num processo de desaceleração acentuada e recessiva, que eu não acho que é o melhor. E tem o combate sem derreter o emprego e sem parar demais a economia", disse.
O desafio do Brasil, de acordo com o governador, é diagnosticar o que está causando inflação. "De onde está vindo. Dos bens de consumo, dos serviços? É inflação de demanda? De oferta? Precisamos saber!", cobrou.
Eduardo também esteve ontem em Barra de Guabiraba e São Benedito do Sul, onde decretou o início de construção de barragens que deverão resolver o problema de enchentes na Mata Sul. E ainda em Bonito, Agreste, para inauguração da PE-109.
Agenda hoje com Bezerra e Armando
O governador Eduardo Campos (PSB) fecha hoje a maratona de três dias com agendas pelo interior, tendo ao seu lado dois personagens políticos que estão de olho na sucessão estadual do próximo ano: o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), e o senador Armando Monteiro Neto (PTB). Ambos esperam o apoio do governador para a disputa e, curioso, têm seus nomes também cogitados em sair em uma chapa apoiada pelo PT.A agenda desta sexta-feira (3) começa às 10h, em Garanhuns, Agreste Meridional. A pauta é a assinatura de convênio entre o Estado e o governo federal, através do Ministério da Integração, para construção de pequenas mil barragens. A pasta de Bezerra Coelho vai destinar às obras, segundo sua assessoria, mais de R$ 100 milhões.
Na nova investida do governador-presidenciável pelo interior, iniciada no feriado do trabalhador, quarta-feira (1º), por Caruaru e Pesqueira, Agreste, Eduardo tem protagonizado cenas típicas de campanha. Gestos de simpatia com crianças e trabalhadores, por exemplo, não faltam. Isso se repetiu ontem, na passagem por Palmares.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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