Governador vai oferecer ao partido de Eduardo Campos a candidatura de vice ou senador
Fábio Zambeli e Marina Dias
SÃO PAULO - O governador Geraldo Alckmin (PSDB) pretende antecipar os termos da aliança com o PSB para a eleição paulista.
O objetivo do tucano é evitar que a sigla do governador Eduardo Campos (PE) lance candidato ao governo ou se alie a Gilberto Kassab (PSD).
Alckmin oferecerá formalmente aos socialistas a vaga de vice ou a candidatura ao Senado na coalizão do PSDB.
Nesse cenário, o nome mais cotado para compor a chapa majoritária é o do presidente estadual do PSB, Márcio França, ex-secretário estadual de Turismo.
Dois fatores precipitaram o desenho do acordo, que só seria fechado em 2014: o desejo dos partidários da Marina Silva, recém-incorporada ao projeto do PSB, de alçarem voo solo no Estado e o fracasso das negociações tucanas com o PMDB.
A legenda do vice-presidente Michel Temer, que se aliou a Alckmin em 2010, reafirmou no sábado a candidatura de Paulo Skaf ao Palácio dos Bandeirantes.
O núcleo político de Alckmin indica que só o apoio do PSB possibilitaria ao tucano alcançar tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV próximo a oito minutos, o que marqueteiros acreditam ser o patamar ideal para uma campanha competitiva.
Alckmin e Campos conversaram duas vezes por telefone na semana passada e marcaram para os próximos dias uma nova conversa. A ideia é que seja formalizado então o compromisso entre os dois partidos.
A oferta de Alckmin abriria palanque duplo no maior colégio eleitoral do país, dando à coligação do governador, pré-candidato à reeleição, o apoio de dois presidenciáveis.
Além do escolhido por seu partido --o senador Aécio Neves (MG) detém maioria folgada no PSDB--, o governador contaria com o apoio do candidato do PSB --hoje, o mais provável é Campos.
A retomada das tratativas coincide com nova investida de Aécio pelo apoio do eleitorado paulista.
Na sexta e no sábado, o senador mineiro percorrerá duas cidades do interior, Olímpia e Presidente Prudente, para encontro com prefeitos e dirigentes políticos.
Na semana passada, o pré-candidato tucano à Presidência pediu a congressistas aliados que evitassem palanques duplos nos Estados, sob pena de ver suas pretensões ao Planalto fragilizadas.
Aliados de Alckmin, porém, afirmam que Aécio está ciente das negociações com o PSB e que sem PMDB e PR -- possível aliado do PT do ministro Alexandre Padilha (Saúde) nas eleições estaduais --, a aproximação com o partido de Campos teria papel decisivo no embate com o petista.
Além de São Paulo, o PSB deverá se alinhar aos tucanos no Paraná, em Pernambuco, em Minas Gerais e em outros três Estados na eleição do ano que vem.
Fonte: Folha de S. Paulo
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