A PEC 300 do momento
A alegria do governo com a sanção hoje do Mais Médicos vai durar pouco. A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já estão com dor de cabeça por causa da mobilização desta tarde no Congresso, onde são esperados 10 mil agentes de saúde. Eles chegam para pressionar a aprovação de um aumento salarial, embutido no projeto de lei que transforma em piso os R$ 950 repassados aos estados para o pagamento de um salário mínimo a cada um, mais os encargos. Discretamente, líderes e vice-líderes de plantão fizeram um pedido de urgência para votar o projeto e espalharam a boa nova à categoria que hoje vem cobrar a fatura — algo em torno de R$ 2 bilhões por ano a mais nos gastos do governo.
A perspectiva de acordo para aprovar a proposta repassa a conta dos encargos aos estados e a compra de material aos municípios. Afinal, se ficar por conta da União, a reserva dos R$ 15 bilhões de bônus de assinatura do pré-sal para investimentos já era. A guerra em torno desse projeto dos agentes de saúde lembra a muitos a velha briga da PEC 300, que volta e meia mobiliza policiais em busca da sonhada equiparação com os salários pagos no Distrito Federal. E, sabe como é, com a eleição logo ali, qualquer bondade que entrar em pauta emplaca. Por isso, a ordem será evitar que chegue ao plenário.
Guerra de versões
O próximo programa do PT que vai ao ar esta semana pretende tratar o resultado do leilão de Libra, do pré-sal, como um sucesso, sem entrar nos detalhes do negócio. Enquanto isso, a oposição baterá na tecla de que foi um fracasso. Só um consórcio apareceu e não deu um dólar sequer de ágio. Se o preço da gasolina subir muito até outubro do ano que vem, há quem diga que o eleitor é bem capaz de dar mais crédito aos oposicionistas.
Sem pai nem mãe
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia, anda meio desconsolado. Embora o filho, o deputado Felipe Maia, tenha uma votação para lá de expressiva, está sem coligação, o que torna difícil atingir o coeficiente eleitoral para assegurar a vaga na Câmara dos Deputados. Daí, a expectativa de aliança do Democratas com o PMDB no Rio de Grande do Norte.
Queda de braço
Um grupo do PMDB tenta forçar a porta para emplacar o diretor Marcelo Bechara no comando da Anatel. O problema é que o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, não abre mão de reconduzir João Rezende ao cargo e já fechou tudo com a chefe, Dilma Rousseff. Caberá ao PMDB se contentar com Igor Vilas Boas numa diretoria, conforme antecipado aqui no domingo, ainda que a bancada esteja meio frustrada por não ter sido ouvida.
Novo afilhado
O ex-presidente Lula fez chegar aos aliados em Pernambuco que seu nome preferido para concorrer ao governo do estado com a bandeira de Dilma Rousseff no palanque é o senador Armando Monteiro Neto, do PTB. Assim, agrega vários partidos, reduzindo o poder de fogo do governador Eduardo Campos e os efeitos das brigas internas do PT.
Nem vem/ Quem liga para a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e faz a gracinha "futura governadora", ouve logo um "nem pensar. Tenho saudades daquele tapete azul. Se sair daqui, vou concorrer ao Senado".
Magoado/ O ministro do Supremo Tribunal Federal Antonio Dias Toffoli (foto) está hoje mais próximo da oposição do que da situação.
Isso são horas?!!/ O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) acordou ontem às 5h, pegou o celular e tocou no último número ligado na noite anterior. Ninguém atendeu. Às 8h, liga para ele o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, preocupado: "Qual era a emergência das quatro da madrugada?".
Isso são horas 2?!!!/ Rodrigo, meio sem jeito, respondeu: "Toquei sem querer na tecla da última ligação... Mas, pera aí. Não era quatro da manhã!". "Era sim. Aqui não tem horário de verão!". Bem, agora Rodrigo não vai esquecer. Quem quiser falar com alguém no Nordeste logo cedo, é bom se lembrar da diferença de horário.
Fonte: Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário