Pedro Parisi - Valor Econômico
BRASÍLIA e SÃO PAULO - O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou ontem que abrirá uma investigação para apurar a própria comissão, na tentativa de identificar os responsáveis pelo adiantamento de perguntas feitas por parlamentares governistas à presidente da estatal, Graça Foster, ao ex-presidente Sérgio Gabrielli e a ex-dirigentes da empresa.
"Qualquer favorecimento que possa levar à mitigação do poder investigatório é prejudicial ao trabalho desenvolvido pelo colegiado", disse o presidente da CPI da Petrobras, em nota. Vital afirmou ter ficado surpreso com a denúncia publicada pela revista "Veja", que informou que os principais depoentes da CPI teriam recebido previamente questões elaboradas por um assessor especial do Palácio do Planalto e por assessores das lideranças do governo e do PT.
A Secretaria de Relações Institucionais, liderada pelo ministro Ricardo Berzoini (PT), rebateu as acusações em nota e disse que "não elaborou perguntas para uso dos senadores na referida CPI".
A denúncia envolvendo a CPI da Petrobras foi amplamente usada no fim de semana pelo candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, para atacar sua principal adversária na disputa eleitoral, a presidente Dilma Rousseff. Ontem, em campanha no interior paulista, Aécio disse que o PSDB entrará com representações no Conselho de Ética do Senado e da Presidência para investigar as suspeitas.
Candidato a vice na chapa de Aécio, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) afirmou que as representações serão contra Dilma, parlamentares, funcionários da Petrobras, do Senado e da Secretaria de Relações Institucionais.
Ao fazer evento de campanha na cidade de São José dos Campos, Aécio disse que a denúncia é "extremamente grave". "O que se vê ali são as empresas públicas, funcionários públicos colocados a serviço de um projeto de poder", afirmou. "Temos que tirar as nossas principais empresas, no caso da Petrobras, da Eletrobras, das garras de um grupo político que delas se apoderou para manter-se no poder a qualquer custo", disse.
Líder do PSDB no Senado, Aloysio afirmou que Dilma é "pelo menos, responsável moral" pela suposta fraude. "É impossível que ela não soubesse o que estava se armando este crime contra uma instituição da República", disse.
O ex-governador de São Paulo e candidato ao Senado José Serra (PSDB) disse que caberia uma CPI da CPI, mas "no meio da eleição não dá tempo". "O ideal é que o povo faça sua CPI nas urnas".
Durante o evento de campanha, Aécio voltou a criticar os rumos da política econômica. "Infelizmente o atual governo deixará como legado de estagflação, com a estagnação do crescimento. Vamos ser o último país em crescimento na América do Sul. A inflação ultrapassando o teto da meta", afirmou. O tucano buscou votos no interior paulista, reduto eleitoral do governador e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), que o acompanhou. Serra também acompanhou os tucanos na caminhada na cidade paulista.
Hoje os três principais candidatos à Presidência terão agendas em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. A partir desta segunda-feira a campanha começa a ser acompanhada diariamente pelas emissoras de televisão.
Dilma marcou na última hora um evento em Guarulhos, segundo cidade mais populosa do Estado, governada pelo PT, para inaugurar um posto de saúde. Será a segunda visita ao Estado em menos de uma semana: na quinta-feira esteve em Guarulhos, para receber apoio da CUT, e foi à inauguração de templo da Igreja Universal do Reino de Deus, na capital.
O candidato do PSB, Eduardo Campos, fará um evento com jovens, na capital paulista. Também na cidade de São Paulo Aécio buscará apoio do agronegócio, ao participar do 13 º Congresso Brasileiro do Agronegócio. (Com agências noticiosas)
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