• Assessor de Edinho foi subcontratado por empresa sem estrutura de serviço
Eduardo Bresciani, André de Souza e Cristiane Jungblut - O Globo
- BRASÍLIA- Um assessor que acompanha o ex-ministro Edinho Silva desde quando ele era deputado estadual em São Paulo recebeu recursos, de forma indireta, da campanha à reeleição da presidente afastada, Dilma Rousseff. Keffin Gracher era dono da 2K Comunicações, empresa subcontratada pela DCO Informática, esta contratada diretamente e sob investigação.
A DCO recebeu R$ 4,8 milhões da campanha petista em 2014 e tem em sua sede apenas um notebook, um servidor e três funcionários sem registro em carteira. A campanha negou irregularidades, mas não comentou a relação de Keffin com Edinho, que era tesoureiro da chapa formada por Dilma e Michel Temer.
A suspeita sobre irregularidades na DCO foi enviada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral ( TSE), Gilmar Mendes, ao Supremo Tribunal Federal ( STF). A empresa foi contratada para enviar mensagens pelo WhatsApp, mas não teria estrutura para tal serviço. Foi em resposta à Justiça Eleitoral que a DCO alegou ter desenvolvido o software para o envio das mensagens e subcontratado a empresa de Keffin para enviá- las e para fazer relatórios de acordo com a base de dados fornecida pelo PT.
Na nota divulgada por Flávio Caetano, advogado da campanha de Dilma no TSE, não há qualquer menção à subcontratação. Questionado pelo GLOBO, ele afirmou que trata- se de o assunto interno da DCO.
“A atividade interna da empresa não diz respeito à campanha”, respondeu Flávio Caetano, por mensagem de texto.
Edinho Silva disse que a nota seria sua resposta e não atendeu às ligações para responder sobre a relação com Keffin. O ex- assessor não foi localizado.
Na nota, a campanha sustenta ter contratado a DCO para mandar mensagens por SMS e WhatsApp, durante o segundo turno das eleições, como “resposta” à propaganda feita por esses meios pelo adversário, o senador Aécio Neves. Sustenta que os serviços foram prestados e ressalta que as contas da chapa Dilma e Temer foram aprovadas pelo TSE.
“A contratação foi necessária em resposta à intensa campanha feita por Whatsapp e SMS pela chapa adversária. Os serviços contratados foram devidamente prestados e atestados”, diz a nota.
Gilmar Mendes foi o relator das contas da campanha de 2014. Apesar de o TSE ter aprovado a prestação de contas, ele pediu posteriormente investigações sobre alguns fornecedores da campanha. Foi dessa forma que se solicitou à Secretaria Municipal de Finanças de Uberlândia dados sobre a DCO e ficou constatada a falta de estrutura da empresa para o trabalho. No STF, a investigação relativa a fornecedores foi remetida em sigilo ao ministro Edson Fachin.
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