Deputado do PMDB e vice-procurador da República são os nomes mais cotados
Leticia Fernandes, Eduardo Barretto e Júnia Gama | O Globo
-BRASÍLIA- Com o caminho livre depois da aprovação de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal, o presidente Michel Temer disse a ministros e aliados que pretende escolher e anunciar até amanhã o novo ministro da Justiça. Os nomes mais fortes no momento são os do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), a “solução parlamentar”, e o do subprocurador da República, José Bonifácio Borges de Andrada, a “solução jurídica”, mas ligado ao PSDB. Na bolsa de apostas do Planalto, o nome de Gustavo do Vale Rocha, assessor de assuntos jurídicos da Casa Civil, perdeu força. Temer, que viaja para a base de Aratu (BA) no Carnaval, tem conversado com pessoas próximas para definir o ministro.
— O presidente quer fechar um nome que tenha aceitação generalizada, para que a sociedade não entenda (a escolha) como um sinal trocado, principalmente em relação à LavaJato — afirmou uma fonte próxima ao presidente.
Segundo auxiliares de Temer, ainda não está definido se a opção será por um perfil político ou jurídico. O presidente tem guardado segredo sobre sua escolha para evitar uma “fritura” de potenciais candidatos e para não sofrer novos desgastes com desistências de convites, a exemplo do que ocorreu com Carlos Velloso.
Tucanos da cúpula afirmam que Temer tende a ceder à pressão do PMDB por mais espaço no ministério. Neste cenário, o nome de Osmar Serraglio é o favorito. Antes com dificuldades para se viabilizar internamente na bancada, Serraglio conseguiu reunir apoio majoritário no PMDB e é visto como a alternativa mais provável depois que Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) foi esvaziado por declarações contrárias ao Ministério Público.
— Isso já foi superado. Se for um deputado do PMDB, a bancada vai apoiar. Serraglio trabalhou internamente e conquistou o apoio da maioria da bancada. Mas a nomeação ainda é uma hipótese, cabe ao presidente decidir — afirmou o líder do PMDB, Baleia Rossi (SP).
No caso de optar por um perfil mais técnico, Temer tem avaliado a possibilidade de nomear o vice-procurador-geral José Bonifácio de Andrada, que é bem visto por aliados de peso de Temer, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEMRJ), o presidente do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB-CE), e o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).
Andrada conversou esta semana com interlocutores de Temer e afirmou que se sentiria “honrado” com eventual convite.
Segundo assessores do Planalto, Temer desistiu da ideia de criar uma estrutura separada para a Secretaria de Segurança Pública, com a recusa do ex-secretário de Segurança do Rio José Mariano Beltrame.
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