Presidentes de partidos trataram da cláusula de desempenho eleitoral em almoço promovido para debater reforma política na casa do presidente da Câmara.
Bernardo Caram | G1,
BRASÍLIA - Em almoço promovido nesta quinta-feira (11) na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidentes de partidos avançaram em um acordo para amenizar uma regra que pode reduzir o número de partidos políticos.
No encontro, foi debatida uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) já aprovada no Senado que altera o sistema eleitoral. Pelo texto, haverá restrição do funcionamento parlamentar, do acesso ao fundo partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão aos partidos que não alcançarem pelo menos 3% dos votos válidos nas eleições para a Câmara.
A proposta traz uma regra de transição, definindo que, para as eleições de 2018, será exigido um patamar mínimo mais baixo, de 2% dos votos válidos na eleição para a Câmara. O texto ainda exige que esse quociente seja atingido em ao menos 14 estados.
Pelo acordo desenhado nesta quinta, essa transição ficará mais branda. Começará em 1,5% dos votos em 2018, subindo 0,5% a cada eleição, até alcançar 3% em 2030. Com relação ao número exigido de estados, a proposta é reduzir de 14 para 9.
“Fizemos um entendimento em que haverá uma flexibilização um pouco maior. Foi necessária para que pudesse ser aprovada”, afirmou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG). Segundo ele, é possível aprovar o texto na Câmara em três semanas, antes de enviá-lo para a revisão do Senado.
A cláusula de desempenho sofre resistência de partidos de pequeno porte e de siglas ideológicas, cuja existência estaria ameaçada após a aprovação da regra. Também presente na reunião, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), disse que ainda é preciso dialogar.
“Os problemas de representatividade do sistema político brasileiro não é culpa dos pequenos partidos. As crises no Brasil têm como protagonistas os grandes partidos”, afirmou. Segundo ele, o PCdoB admite a cláusula de desempenho, desde que seja aprovada em conjunto com uma reforma política mais ampla, com mudança no sistema eleitoral.
Pelo texto, uma opção para a legenda que não atingir a cláusula de desempenho será se unir a uma federação partidária, que terá a formação mantida durante toda a legislatura. Dessa forma, não perderão os direitos estabelecidos na PEC. As coligações partidárias deixarão de existir.
Participaram do encontro os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, além do presidente da comissão da reforma política da Câmara, Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), e o relator do colegiado, Vicente Cândido (PT-SP).
Também estiveram no almoço o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, e os presidentes do PT, Rui Falcão, do PMDB, Romero Jucá, do PP, Ciro Nogueira, do DEM, José Agripino, do PR, Antônio Carlos Rodrigues, do SD, Paulinho da Força
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