O Estado de S. Paulo.
Bolsonaro tem os governadores que disputam a reeleição e palanques fortes no Sul e Sudeste
Da Bahia para cima, só dá Lula. Da Bahia
para baixo, o presidente Jair Bolsonaro continua recuperando fôlego e armou
muito bem seus palanques e a campanha à reeleição. Isso vale para Centro-Oeste,
Sul e o populoso Sudeste, inclusive para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais.
Se o clima lulista era de “já ganhou” e a
dúvida era se a vitória seria em primeiro ou segundo turno, as certezas
balançam. Lula mantém uma dianteira folgada, mas Bolsonaro sobe nas pesquisas,
melhora a rejeição, reduz a diferença para Lula e confirma que nem está morto
nem será fácil tirá-lo do segundo turno.
Lula tem PT, PSB, MDB e boa parcela da direita, inclusive de partidos bolsonaristas, no Nordeste – o bolsão vermelho, onde o PT sempre vence e Fernando Haddad ganhou em 2018. Fora daí, a coisa muda de figura e não só no agrícola Centro-Oeste, como muitos creem.
Bolsonaro ainda patina no Espírito Santo, mas tem candidatos consistentes em toda parte: o ministro Tarcísio Gomes de Freitas (que irá para o Republicanos) em São Paulo e os governadores Cláudio Castro (PL) no Rio, Romeu Zema (Novo) em Minas, Ratinho Jr. (PSD) no Paraná e Carlos Moisés (Republicanos) em Santa Catarina. De quebra, o ministro Onyx Lorenzoni (PL) no Rio Grande do Sul.
A escolha de Tarcísio para disputar o
Palácio dos Bandeirantes foi uma jogada de mestre de Bolsonaro, no âmbito
estadual, equivalente à construção da chapa Lula-Geraldo Alckmin, no nacional.
Bagunça o coreto na joia da coroa.
Carioca, Tarcísio possivelmente não sabe
distinguir Americana de Pindamonhangaba, nem o bairro do Limão de Higienópolis,
na capital, mas tem um fator que, em 2018, ao menos, foi decisivo nos Estados:
o bolsonarismo. Vai para o Republicanos para abafar a ciumeira com a disparada
da base governista para o PL, e os próprios adversários imaginam que já na
largada tenha um quarto de intenção de votos no Estado.
Em São Paulo, o PSDB versus PT pode estar
virando coisa do passado, mas o azul versus vermelho continua firme. Tarcísio
vai disputar o centro, a centro-direita e a direita com Rodrigo Garcia, o
neotucano lançado pelo governador e presidenciável João Doria. Um dos dois será
o adversário do hoje favorito Haddad, que disputa o centro e a esquerda com
Márcio França, do PSB.
Bolsonaro hoje alavanca Tarcísio em São Paulo. Depois, o crescimento de Tarcísio vai reverter a favor de Bolsonaro na eleição presidencial no Estado. Como diz uma conhecida raposa política, Bolsonaro não governa e não entende nada de nada, mas é populista e esperto em política, talvez tanto quanto Lula. E sabe muito bem o que está fazendo.
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