DEU EM O GLOBO
Um helicóptero alugado, dois mil cabos eleitorais contratados a R$ 1. 200 por mês, 30 carros e 20 vans são alguns números da campanha milionária do governador Sérgio Cabral (PMDB), que já arrecadou R$ 4,7 milhões.
A confortável rotina do candidato Cabral
Com estrutura milionária, governador gastou R$ 4 milhões apenas no primeiro mês da campanha à reeleição
Cássio Bruno, Natanael Damasceno e Maiá Menezes
Quinta-feira, dia 5, meio-dia e meia. O helicóptero alugado pelo governador Sérgio Cabral pousa no pátio de uma grande rede de supermercados em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
De lá, o candidato à reeleição pelo PMDB segue em comboio numa van, escoltado por seguranças em dois carros de luxo e por batedores da PM.
Participará de uma visita ao Hospital da Mulher Heloneida Studart. A rotina de Cabral é o retrato da milionária estrutura que vem sendo usada por ele em compromissos de campanha.
Mas não é apenas nas ruas que o forte aparato do governador chama a atenção. Em um mês, Cabral gastou pouco mais de R$ 4 milhões dos R$ 4,69 milhões arrecadados, segundo prestação de contas parcial ao Tribunal Superior Eleitoral.
O dinheiro foi usado principalmente na produção dos programas de rádio, TV e vídeo, e na contratação de profissionais de comunicação e da área administrativa, transporte e publicidade.
Segundo o relatório, a campanha gastou até agora, apenas com pessoal, R$ 983 mil.
Com a produção audiovisual, o valor foi de R$ 1,5 milhão. Já em material de publicidade como faixas e panfletos , o custo chegou a R$ 1 milhão. Até outubro, a estimativa de Cabral é que sejam gastos R$ 25 milhões.
Perguntas sobre a estrutura da campanha, que incluíram um pedido de detalhamento sobre os gastos e números de prestadores de serviço, não foram respondidas pela assessoria do governador. A única resposta a 20 questões detalhadas enviadas aos assessores foi que todas as informações foram fornecidas, como determina a lei, à Justiça Eleitoral.
Cabral conta com cerca de dois mil cabos eleitorais. Dependendo do evento, há grupos com até 45 pessoas. Cada um recebe cerca de R$ 1.200 por mês para carregar bandeiras e distribuir propaganda. Além disso, tem cerca de 30 carros de passeio e 20 vans.
O comitê funciona em uma antiga agência de automóveis na Avenida Ayrton Senna 5.250, na Barra da Tijuca. O imóvel foi alugado no período de julho a outubro por R$ 70 mil. No local, onde funciona a logística e o armazenamento do material de campanha, circulam até 140 pessoas diariamente. A entrada no comitê é restrita, sem o acesso da imprensa.
É uma estrutura parecida com a campanha de 2006 diz Régis Fitchner, coordenador do plano de governo de Cabral.
Os números não são oficiais, mas estima-se que 200 profissionais, entre jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas, são responsáveis pela divulgação da imagem de Cabral. No Polo de Cinema e Vídeo, também na Barra, onde são feitas as gravações, há cerca de 400 empregados.
Os cidadãos do Estado do Rio sabem que uma campanha eleitoral, ainda mais uma campanha para o governo, necessita de estrutura de comunicação.
Ninguém faz campanha sem meios de comunicação, seja TV, rádio ou visual disse Cabral na semana passada, ao justificar os gastos.
A bordo do helicóptero alugado da Plajap Táxi Aéreo, prefixo PP-LAS, Cabral transporta seguranças, assessores e aliados, como os candidatos ao Senado Lindberg Farias (PT) e Jorge Picciani (PMDB). Nessa empresa, o custo da aeronave, por cada hora, é de R$ 7 mil. Em terra, Cabral anda em carros luxuosos, como o Chevrolet Captiva, que custa R$ 87.425. Também está à disposição do governador, nas carreatas, a picape Mitsubishi L200 Triton 3.2 D, avaliada em R$ 112 mil. Além disso, batedores da PM, em motos, abrem caminho entre os carros e facilitam a vida do candidato.
Ele não deixou de ser governador.
Não pode dispensar a segurança. Mas tudo deverá ser apresentado na prestação de contas e ressarcido pelo partido na forma da lei eleitoral diz a procuradora Silvana Batini, do Ministério Público Eleitoral.
Cabral não revela a origem do dinheiro que mantém a estrutura da campanha. Afirma que a lei eleitoral só obriga este tipo de prestação no fim do pleito. Em 2006, quando Cabral foi eleito governador, foram gastos, em quatro meses de campanha, R$ 9,74 milhões arrecadados entre 55 doadores.
Entre eles, empresas que mantinham relação com a administração do estado. As duas empreiteiras que mais doaram ao governador eleito foram a OAS Construtora (R$ 800 mil) e a Carioca Engenharia (R$ 700 mil).
Das duas, pelo menos uma, a OAS, prestou serviços ao governo do estado no último ano, segundo dados do Siafen.
Um helicóptero alugado, dois mil cabos eleitorais contratados a R$ 1. 200 por mês, 30 carros e 20 vans são alguns números da campanha milionária do governador Sérgio Cabral (PMDB), que já arrecadou R$ 4,7 milhões.
A confortável rotina do candidato Cabral
Com estrutura milionária, governador gastou R$ 4 milhões apenas no primeiro mês da campanha à reeleição
Cássio Bruno, Natanael Damasceno e Maiá Menezes
Quinta-feira, dia 5, meio-dia e meia. O helicóptero alugado pelo governador Sérgio Cabral pousa no pátio de uma grande rede de supermercados em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
De lá, o candidato à reeleição pelo PMDB segue em comboio numa van, escoltado por seguranças em dois carros de luxo e por batedores da PM.
Participará de uma visita ao Hospital da Mulher Heloneida Studart. A rotina de Cabral é o retrato da milionária estrutura que vem sendo usada por ele em compromissos de campanha.
Mas não é apenas nas ruas que o forte aparato do governador chama a atenção. Em um mês, Cabral gastou pouco mais de R$ 4 milhões dos R$ 4,69 milhões arrecadados, segundo prestação de contas parcial ao Tribunal Superior Eleitoral.
O dinheiro foi usado principalmente na produção dos programas de rádio, TV e vídeo, e na contratação de profissionais de comunicação e da área administrativa, transporte e publicidade.
Segundo o relatório, a campanha gastou até agora, apenas com pessoal, R$ 983 mil.
Com a produção audiovisual, o valor foi de R$ 1,5 milhão. Já em material de publicidade como faixas e panfletos , o custo chegou a R$ 1 milhão. Até outubro, a estimativa de Cabral é que sejam gastos R$ 25 milhões.
Perguntas sobre a estrutura da campanha, que incluíram um pedido de detalhamento sobre os gastos e números de prestadores de serviço, não foram respondidas pela assessoria do governador. A única resposta a 20 questões detalhadas enviadas aos assessores foi que todas as informações foram fornecidas, como determina a lei, à Justiça Eleitoral.
Cabral conta com cerca de dois mil cabos eleitorais. Dependendo do evento, há grupos com até 45 pessoas. Cada um recebe cerca de R$ 1.200 por mês para carregar bandeiras e distribuir propaganda. Além disso, tem cerca de 30 carros de passeio e 20 vans.
O comitê funciona em uma antiga agência de automóveis na Avenida Ayrton Senna 5.250, na Barra da Tijuca. O imóvel foi alugado no período de julho a outubro por R$ 70 mil. No local, onde funciona a logística e o armazenamento do material de campanha, circulam até 140 pessoas diariamente. A entrada no comitê é restrita, sem o acesso da imprensa.
É uma estrutura parecida com a campanha de 2006 diz Régis Fitchner, coordenador do plano de governo de Cabral.
Os números não são oficiais, mas estima-se que 200 profissionais, entre jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas, são responsáveis pela divulgação da imagem de Cabral. No Polo de Cinema e Vídeo, também na Barra, onde são feitas as gravações, há cerca de 400 empregados.
Os cidadãos do Estado do Rio sabem que uma campanha eleitoral, ainda mais uma campanha para o governo, necessita de estrutura de comunicação.
Ninguém faz campanha sem meios de comunicação, seja TV, rádio ou visual disse Cabral na semana passada, ao justificar os gastos.
A bordo do helicóptero alugado da Plajap Táxi Aéreo, prefixo PP-LAS, Cabral transporta seguranças, assessores e aliados, como os candidatos ao Senado Lindberg Farias (PT) e Jorge Picciani (PMDB). Nessa empresa, o custo da aeronave, por cada hora, é de R$ 7 mil. Em terra, Cabral anda em carros luxuosos, como o Chevrolet Captiva, que custa R$ 87.425. Também está à disposição do governador, nas carreatas, a picape Mitsubishi L200 Triton 3.2 D, avaliada em R$ 112 mil. Além disso, batedores da PM, em motos, abrem caminho entre os carros e facilitam a vida do candidato.
Ele não deixou de ser governador.
Não pode dispensar a segurança. Mas tudo deverá ser apresentado na prestação de contas e ressarcido pelo partido na forma da lei eleitoral diz a procuradora Silvana Batini, do Ministério Público Eleitoral.
Cabral não revela a origem do dinheiro que mantém a estrutura da campanha. Afirma que a lei eleitoral só obriga este tipo de prestação no fim do pleito. Em 2006, quando Cabral foi eleito governador, foram gastos, em quatro meses de campanha, R$ 9,74 milhões arrecadados entre 55 doadores.
Entre eles, empresas que mantinham relação com a administração do estado. As duas empreiteiras que mais doaram ao governador eleito foram a OAS Construtora (R$ 800 mil) e a Carioca Engenharia (R$ 700 mil).
Das duas, pelo menos uma, a OAS, prestou serviços ao governo do estado no último ano, segundo dados do Siafen.
Nenhum comentário:
Postar um comentário