DEU EM O GLOBO
Esta será uma semana decisiva para os candidatos à Presidência da República, de definição de posições para a largada da fase final de propaganda eleitoral pelo rádio e televisão, que é a que decide realmente a corrida. O candidato tucano José Serra terá a última chance para começar a campanha pela televisão empatado ou à frente da candidata oficial Dilma Rousseff, como planejado inicialmente.
Com a repercussão do primeiro debate, e as entrevistas dos três principais contendores na bancada do Jornal Nacional a começar de amanhã, a pesquisa do Ibope da próxima sexta-feira definirá a posição de largada dos contendores.
O fato de que os dois ficaram nos mesmos patamares da semana anterior nesta segunda pesquisa semanal divulgada sexta-feira indica uma estabilidade que é boa para Serra, embora ele continue atrás cinco pontos.
A sinalização de que a tendência no momento é a candidata petista ser considerada a favorita da disputa é o fato de que se esperava que ampliasse a diferença.
Ou até mesmo que se confirmassem os números de pesquisas do Vox Populi, dando Dilma oito pontos à frente, ou do Sensus, que mostrou a candidata petista com dez pontos de vantagem.
Eram expectativas de quem esperava que o crescimento de Dilma fosse irreversível.
Não ter acontecido isso já pode ser contabilizado como um ponto positivo para Serra, que tem a seu favor a percepção generalizada de que foi melhor no debate da Bandeirantes, embora não tão melhor que neutralizasse o favoritismo de Dilma.
Ganhou por pontos, já escrevi aqui. Mas, numa disputa acirrada como a que está se desenhando, com outros quatro debates anunciados RedeTV, SBT, Record e TV Globo e as entrevistas nos telejornais da Globo, especialmente o Nacional, Serra espera difundir a imagem de mais preparado para o cargo e reduzir a diferença até superá-la, acumulando pontos nos embates diretos sem par tir para um confronto agressivo que pode assustar.
O mesmo raciocínio pode ser feito para a estreia de Dilma Rousseff na arena de debates.
Não se confirmando a hipótese de um desastre completo que exibisse em cadeia nacional, mesmo de baixa audiência, sua incapacidade de dirigir o país, apregoada pelos adversários, ela pode se considerar vitoriosa.
E com todo o treinamento que vem recebendo, deve continuar evoluindo, acostumando-se com o estresse do debate político.
Esse estresse, aliás, deve ter sido grande para ela, que foi a primeira a deixar o auditório da Bandeirantes logo depois do debate, alegando cansaço.
Os demais candidatos permaneceram no palco, dando entrevistas, sendo gostosamente assediados por todo tipo de pessoas, desde os cômicos do CQC até jornalistas de verdade mesmo.
A alegria exibida por Dilma no dia seguinte ao debate dá a dimensão do peso que ela tirou dos ombros.
O problema é que Dilma é daquelas que vão sendo treinadas on job, e no decorrer da campanha ela tem que se arriscar cada vez mais, se expor ao eleitorado, sujeita a escorregões que podem ser fatais.
Numa empresa, geralmente os que recebem esse tipo de treinamento não trabalham nos setores sensíveis, onde um erro pode ser fatal.
Dilma está tentando aprender as artes da política em plena campanha para o cargo mais importante do país, e tem uma dose maior de risco nessa tarefa.
Não tem se saído tão mal quanto torcia a oposição, mas certamente demonstra a cada dia que ainda não estava madura para disputar o cargo.
Falta-lhe o jogo de cintura que uma vida parlamentar, ou mesmo o exercício da política sindical, dá aos que nelas atuam.
Mas sobra-lhe o apoio do presidente Lula, com sua popularida de intocada pesquisa após pesquisa, e uma conjuntura econômica favorável.
O PSDB vive hoje o drama do PT em 1994 com o Plano Real, e Lula parece ser o Plano Real do PT.
Nesse sentido, se se confirmar que a capacidade de transferência de votos de Lula ainda não se esgotou, a escolha de Dilma como candidata não terá influência na decisão do eleitorado.
Assim como se dizia no tempo do Plano Real que o candidato poderia ser qualquer ministro do governo Itamar, e não necessariamente o ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, também agora o que importaria é a figura de Lula, e não o personagem que disputa a eleição em seu nome.
Na época do Plano Real, o presidente Itamar Franco chegou a escolher o então ministro da Previdência Social Antonio Britto, do PMDB, para ser o candidato oficial, mas Britto acabou não querendo disputar.
A questão é tão delicada que Serra tenta se equilibrar entre ser contra o governo, mas não contra Lula, ser contra Dilma, mas não contra seu criador.
Se, no entanto, a campanha tucana conseguir descolar Dilma de seu ambiente artificial sustentado exclusivamente pela energia lulista, e deixá-la exposta ao eleitorado com seus erros e seus acertos, sem se colocar como o antiLula, Serra poderá ser beneficiado.
Ao contrário do que escrevi na sexta-feira, pesquisas de opinião mostram que os senadores José Agripino Maia, do DEM, e Garibaldi Alves, do PMDB, são os favoritos para ocupar as duas vagas em disputa para o Senado, ficando a ex-governadora Wilma Faria, do PT, como a terceira opção.
Esta será uma semana decisiva para os candidatos à Presidência da República, de definição de posições para a largada da fase final de propaganda eleitoral pelo rádio e televisão, que é a que decide realmente a corrida. O candidato tucano José Serra terá a última chance para começar a campanha pela televisão empatado ou à frente da candidata oficial Dilma Rousseff, como planejado inicialmente.
Com a repercussão do primeiro debate, e as entrevistas dos três principais contendores na bancada do Jornal Nacional a começar de amanhã, a pesquisa do Ibope da próxima sexta-feira definirá a posição de largada dos contendores.
O fato de que os dois ficaram nos mesmos patamares da semana anterior nesta segunda pesquisa semanal divulgada sexta-feira indica uma estabilidade que é boa para Serra, embora ele continue atrás cinco pontos.
A sinalização de que a tendência no momento é a candidata petista ser considerada a favorita da disputa é o fato de que se esperava que ampliasse a diferença.
Ou até mesmo que se confirmassem os números de pesquisas do Vox Populi, dando Dilma oito pontos à frente, ou do Sensus, que mostrou a candidata petista com dez pontos de vantagem.
Eram expectativas de quem esperava que o crescimento de Dilma fosse irreversível.
Não ter acontecido isso já pode ser contabilizado como um ponto positivo para Serra, que tem a seu favor a percepção generalizada de que foi melhor no debate da Bandeirantes, embora não tão melhor que neutralizasse o favoritismo de Dilma.
Ganhou por pontos, já escrevi aqui. Mas, numa disputa acirrada como a que está se desenhando, com outros quatro debates anunciados RedeTV, SBT, Record e TV Globo e as entrevistas nos telejornais da Globo, especialmente o Nacional, Serra espera difundir a imagem de mais preparado para o cargo e reduzir a diferença até superá-la, acumulando pontos nos embates diretos sem par tir para um confronto agressivo que pode assustar.
O mesmo raciocínio pode ser feito para a estreia de Dilma Rousseff na arena de debates.
Não se confirmando a hipótese de um desastre completo que exibisse em cadeia nacional, mesmo de baixa audiência, sua incapacidade de dirigir o país, apregoada pelos adversários, ela pode se considerar vitoriosa.
E com todo o treinamento que vem recebendo, deve continuar evoluindo, acostumando-se com o estresse do debate político.
Esse estresse, aliás, deve ter sido grande para ela, que foi a primeira a deixar o auditório da Bandeirantes logo depois do debate, alegando cansaço.
Os demais candidatos permaneceram no palco, dando entrevistas, sendo gostosamente assediados por todo tipo de pessoas, desde os cômicos do CQC até jornalistas de verdade mesmo.
A alegria exibida por Dilma no dia seguinte ao debate dá a dimensão do peso que ela tirou dos ombros.
O problema é que Dilma é daquelas que vão sendo treinadas on job, e no decorrer da campanha ela tem que se arriscar cada vez mais, se expor ao eleitorado, sujeita a escorregões que podem ser fatais.
Numa empresa, geralmente os que recebem esse tipo de treinamento não trabalham nos setores sensíveis, onde um erro pode ser fatal.
Dilma está tentando aprender as artes da política em plena campanha para o cargo mais importante do país, e tem uma dose maior de risco nessa tarefa.
Não tem se saído tão mal quanto torcia a oposição, mas certamente demonstra a cada dia que ainda não estava madura para disputar o cargo.
Falta-lhe o jogo de cintura que uma vida parlamentar, ou mesmo o exercício da política sindical, dá aos que nelas atuam.
Mas sobra-lhe o apoio do presidente Lula, com sua popularida de intocada pesquisa após pesquisa, e uma conjuntura econômica favorável.
O PSDB vive hoje o drama do PT em 1994 com o Plano Real, e Lula parece ser o Plano Real do PT.
Nesse sentido, se se confirmar que a capacidade de transferência de votos de Lula ainda não se esgotou, a escolha de Dilma como candidata não terá influência na decisão do eleitorado.
Assim como se dizia no tempo do Plano Real que o candidato poderia ser qualquer ministro do governo Itamar, e não necessariamente o ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, também agora o que importaria é a figura de Lula, e não o personagem que disputa a eleição em seu nome.
Na época do Plano Real, o presidente Itamar Franco chegou a escolher o então ministro da Previdência Social Antonio Britto, do PMDB, para ser o candidato oficial, mas Britto acabou não querendo disputar.
A questão é tão delicada que Serra tenta se equilibrar entre ser contra o governo, mas não contra Lula, ser contra Dilma, mas não contra seu criador.
Se, no entanto, a campanha tucana conseguir descolar Dilma de seu ambiente artificial sustentado exclusivamente pela energia lulista, e deixá-la exposta ao eleitorado com seus erros e seus acertos, sem se colocar como o antiLula, Serra poderá ser beneficiado.
Ao contrário do que escrevi na sexta-feira, pesquisas de opinião mostram que os senadores José Agripino Maia, do DEM, e Garibaldi Alves, do PMDB, são os favoritos para ocupar as duas vagas em disputa para o Senado, ficando a ex-governadora Wilma Faria, do PT, como a terceira opção.
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