DEU EM O GLOBO
"Caso isso aconteça, o estado sairá o grande derrotado", diz Lindberg
Carolina Benevides e Chico Otavio
A cada novo nome anunciado para o primeiro escalão do futuro governo, cresce na política fluminense o pressentimento de que o estado não terá no Ministério de Dilma Rousseff o mesmo peso do governo Lula. Por enquanto, só o ex-governador Moreira Franco (PMDB) foi confirmado como titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos. Para os aliados da futura presidente no Rio é muito pouco para um estado que teve seis nomes no primeiro escalão federal.
- Não perdemos a esperança de que o Rio seja contemplado. Caso isso não aconteça, o estado sairá como o grande derrotado na formação do Ministério - desabafou o ex-prefeito e senador eleito Lindberg Farias (PT-RJ).
A esperança, neste caso, é emplacar o deputado Luiz Sérgio, presidente do Diretório Estadual do PT, no Ministério das Relações Institucionais, pasta que Lindberg considera ter "força política" por dialogar com prefeituras, governos e com o próprio Congresso. A aposta também é alta na permanência de Carlos Lupi (PDT) no Ministério do Trabalho e, com mais incerteza, em Márcio Fortes (PP) ficar no Ministério das Cidades.
- A choradeira da bancada existe e vale para o Rio e para outras regiões. Mas o PT está unido e sabe que Dilma tem um desafio - reconheceu o cotado Luiz Sérgio.
O presidente regional do PT garante que o Rio não é o único a sofrer com o problema.
- O PT do Nordeste, que podemos dizer que foi o mais vitorioso nas últimas eleições, elegendo o Jaques Wagner, na Bahia, no primeiro turno, e tendo vitórias em Pernambuco e no Ceará, também ainda não tem um figurão no primeiro escalão - frisou.
Distância entre Cabral e bancada atrapalha pressão
O empenho por mais espaço na gestão de Dilma já provocou constrangimento para o governador reeleito Sérgio Cabral, obrigado a pedir desculpas publicamente por ter anunciado o nome do secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, para a sucessão de José Gomes Temporão, sem que Dilma o convidasse.
- Sérgio (Cabral) e eu nunca pedimos um ministro. A Dilma pediu o Sérgio Côrtes. O Cabral não queria, chegou a dizer que ele faria falta para o estado - garantiu o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Lindberg, ao falar da gafe, levantou duas hipóteses sobre o gesto de Cabral:
- Ou ele foi mesmo atabalhoado ou lançou o nome, para ver o que acontecia, procurando se livrar da necessidade de negociá-lo com a bancada fluminense do PMDB.
Um dos integrantes da bancada disse que, de fato, as relações do governador com a bancada praticamente inexistem, o que agravaria uma mobilização mais articulada pela representação ministerial.
Além de Lupi e Fortes, representaram o Rio no governo Lula os ministros Carlos Minc (Meio Ambiente), Edson Santos (Secretaria de Políticas de Igualdade Racial), Nilcéa Freire (Secretaria de Políticas para as Mulheres) e José Gomes Temporão (Saúde), os dois últimos ainda no cargo.
Agora, mesmo a indicação de Moreira Franco não pode ser vista como sinal de força do estado. O nome do ex-governador é computado como cota pessoal do vice-presidente eleito Michel Temer.
Para Lindberg Farias, o Rio de Janeiro, "por ter dado a Dilma a melhor votação do Sudeste", merecia receber melhor tratamento. Embora critique o excesso de "nomes repetidos" (mantidos no cargo) no futuro Ministério, ele espera a permanência de Mário Fortes da pasta de Cidades:
- O Ministério das Cidades é estratégico para o Rio, por causa das Olimpíadas - defendeu o senador eleito.
Fortes disputa a recondução com Mário Negromonte, deputado federal pela Bahia, apoiado pelo governador reeleito Jacques Wagner (PT).
Após o constrangimento com Côrtes, Pezão usa a cautela para tratar do assunto. Para ele, o que o Rio precisa, mais do que cargos no primeiro escalão, é se relacionar bem com todos os ministros:
- O Rio teve outro tratamento com Lula, mas, em relação ao governo Dilma, acredito que a gente tenha o que sempre quis: apoio para a questão da segurança e urbanização das favelas. A presidente eleita tem dito que o modelo do Rio nessas áreas tem se mostrado uma boa experiência. Então, acho que vamos ter apoio.
Na expectativa da indicação, Luiz Sérgio procura minimizar os efeitos da baixa representatividade do Rio. Para ele, o importante é manter os investimentos:
- As obras do PAC, os recursos para o enfrentamento da violência, as obras para Olimpíadas e Copa não acredito que sejam afetadas.
"Caso isso aconteça, o estado sairá o grande derrotado", diz Lindberg
Carolina Benevides e Chico Otavio
A cada novo nome anunciado para o primeiro escalão do futuro governo, cresce na política fluminense o pressentimento de que o estado não terá no Ministério de Dilma Rousseff o mesmo peso do governo Lula. Por enquanto, só o ex-governador Moreira Franco (PMDB) foi confirmado como titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos. Para os aliados da futura presidente no Rio é muito pouco para um estado que teve seis nomes no primeiro escalão federal.
- Não perdemos a esperança de que o Rio seja contemplado. Caso isso não aconteça, o estado sairá como o grande derrotado na formação do Ministério - desabafou o ex-prefeito e senador eleito Lindberg Farias (PT-RJ).
A esperança, neste caso, é emplacar o deputado Luiz Sérgio, presidente do Diretório Estadual do PT, no Ministério das Relações Institucionais, pasta que Lindberg considera ter "força política" por dialogar com prefeituras, governos e com o próprio Congresso. A aposta também é alta na permanência de Carlos Lupi (PDT) no Ministério do Trabalho e, com mais incerteza, em Márcio Fortes (PP) ficar no Ministério das Cidades.
- A choradeira da bancada existe e vale para o Rio e para outras regiões. Mas o PT está unido e sabe que Dilma tem um desafio - reconheceu o cotado Luiz Sérgio.
O presidente regional do PT garante que o Rio não é o único a sofrer com o problema.
- O PT do Nordeste, que podemos dizer que foi o mais vitorioso nas últimas eleições, elegendo o Jaques Wagner, na Bahia, no primeiro turno, e tendo vitórias em Pernambuco e no Ceará, também ainda não tem um figurão no primeiro escalão - frisou.
Distância entre Cabral e bancada atrapalha pressão
O empenho por mais espaço na gestão de Dilma já provocou constrangimento para o governador reeleito Sérgio Cabral, obrigado a pedir desculpas publicamente por ter anunciado o nome do secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, para a sucessão de José Gomes Temporão, sem que Dilma o convidasse.
- Sérgio (Cabral) e eu nunca pedimos um ministro. A Dilma pediu o Sérgio Côrtes. O Cabral não queria, chegou a dizer que ele faria falta para o estado - garantiu o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Lindberg, ao falar da gafe, levantou duas hipóteses sobre o gesto de Cabral:
- Ou ele foi mesmo atabalhoado ou lançou o nome, para ver o que acontecia, procurando se livrar da necessidade de negociá-lo com a bancada fluminense do PMDB.
Um dos integrantes da bancada disse que, de fato, as relações do governador com a bancada praticamente inexistem, o que agravaria uma mobilização mais articulada pela representação ministerial.
Além de Lupi e Fortes, representaram o Rio no governo Lula os ministros Carlos Minc (Meio Ambiente), Edson Santos (Secretaria de Políticas de Igualdade Racial), Nilcéa Freire (Secretaria de Políticas para as Mulheres) e José Gomes Temporão (Saúde), os dois últimos ainda no cargo.
Agora, mesmo a indicação de Moreira Franco não pode ser vista como sinal de força do estado. O nome do ex-governador é computado como cota pessoal do vice-presidente eleito Michel Temer.
Para Lindberg Farias, o Rio de Janeiro, "por ter dado a Dilma a melhor votação do Sudeste", merecia receber melhor tratamento. Embora critique o excesso de "nomes repetidos" (mantidos no cargo) no futuro Ministério, ele espera a permanência de Mário Fortes da pasta de Cidades:
- O Ministério das Cidades é estratégico para o Rio, por causa das Olimpíadas - defendeu o senador eleito.
Fortes disputa a recondução com Mário Negromonte, deputado federal pela Bahia, apoiado pelo governador reeleito Jacques Wagner (PT).
Após o constrangimento com Côrtes, Pezão usa a cautela para tratar do assunto. Para ele, o que o Rio precisa, mais do que cargos no primeiro escalão, é se relacionar bem com todos os ministros:
- O Rio teve outro tratamento com Lula, mas, em relação ao governo Dilma, acredito que a gente tenha o que sempre quis: apoio para a questão da segurança e urbanização das favelas. A presidente eleita tem dito que o modelo do Rio nessas áreas tem se mostrado uma boa experiência. Então, acho que vamos ter apoio.
Na expectativa da indicação, Luiz Sérgio procura minimizar os efeitos da baixa representatividade do Rio. Para ele, o importante é manter os investimentos:
- As obras do PAC, os recursos para o enfrentamento da violência, as obras para Olimpíadas e Copa não acredito que sejam afetadas.
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