Perto do fim da campanha, Daniel Coelho
reúne as “raposas políticas” de sua coligação. Todos destacam sua
“independência”
Carolina Albuquerque
Desafiado durante a
campanha a mostrar os “caciques” do seu partido, o candidato a prefeito do
Recife pelo PSDB, Daniel Coelho, encontrou na reta final o momento perfeito. A
vinda do senador e presidenciável Aécio Neves (PSDB) provocou a articulação de
um grande palanque montado às pressas, ontem, no Centro, recheado de líderes
políticos. O evento foi anunciado com a presença de todos os candidatos a
prefeito tucanos da região metropolitana. Porém, com a ausência deles, os
holofotes recaíram sobre Daniel.
O terreno estava
preparado. As lideranças presentes, com um discurso afinado, faziam questão de
pontuar a “independência” do tucano. “A sua responsabilidade é a da sua gente
de caminhar com independência e liberdade. Não há força maior do que a
consciência livre para escolher o futuro. Não venho aqui achando que possa
acrescentar um voto à sua campanha. A sua eleição é da nova política, com
consistência, mas sobretudo com independência para fazer o melhor”, bradou
Aécio.
Antes da comitiva
sair às ruas, o presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra declarou
que o evento não produz nenhuma contradição ao discurso de Daniel contra os
“poderosos”. “Eu acho que ele pode pedir a quem quiser para falar o que bem
entender. Agora o candidato tem que ser ele próprio, seu projeto e sua
liderança. Ele vai ganhar por conta dele e do que ele diz”, afirmou.
Já no palanque, ao
lado de Guerra, de Aécio e do presidente nacional do PPS, o deputado federal
Roberto Freire (SP), Daniel tratou de explicar o papel de cada um na sua
candidatura.
Pouco conhecido pela
população nordestina, o senador Aécio Neves foi apresentado como um “nobre”
exemplo político. “Um exemplo de gestão eficiente não só para o seu Estado, mas
para todo o Brasil. E que colocou em primeiro lugar não os interesses dos
políticos e da política, mas os do povo. Foi assim que ele concluiu seus oito
anos de governo como o governador mais bem avaliado do País. Aécio vem aqui
para muito nos mostrar, as mudanças que nós podemos fazer no município”, disse
Daniel.
A Guerra creditou a
coragem de ter apostado na sua candidatura. “Ele foi essencial para
consolidação dessa candidatura. Quando todos acreditavam e achavam que o
caminho do PSDB era continuar como acessório, escada para que outros
continuassem a governar, Sérgio teve a coragem de renovar”. O mesmo agradecimento
foi conferido a Freire e Raul Jungmann, do PPS, coligado com o PSDB.
No seu discurso, o
único alvo foi o candidato do PSB, Geraldo Julio. “Quem tem qualquer
questionamento contra minha moral, esse palanque ou o PSDB, que faça frente a
frente! Nunca me furtei de discutir ou debater qualquer assunto”, provocou
Daniel.
Aécio ironiza PT: 'Vocês viram Lula?'
Bastante à vontade, o senador mineiro e
principal presidenciável para 2014 do PSDB, Aécio Neves, não se furtou aos questionamentos
de âmbito nacional e local. “Não tenho voto para oferecer a Daniel”, disparou.
Aliado do PSB, do
governador Eduardo Campos, em Belo Horizonte (MG), por exemplo, Aécio não vê
constrangimento em desembarcar no Recife, onde os partidos são rivais. “Ontem,
falei com ele. Conversamos mais do que imaginam”. Ao contrário da última vez,
em maio, os dois não se encontraram.
Ele condenou as
recentes inserções contra Daniel. E ainda provocou: “Vou trabalhar para levar o
PT novamente para a oposição. Quem sabe não seja uma boa essa reciclagem? E por
falar nisso, vocês não sentiram a falta de Lula aqui no Recife?”
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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