Órgão apura irregularidades em operações feitas às vésperas de divulgação de delação; empresa confirmou movimentações, que classificou como 'política de gestão de riscos'
Fernanda Nunes | O Estado de S.Paulo
RIO - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu cinco processos administrativos para investigar possíveis irregularidades envolvendo o grupo JBS nos últimos dois dias.
Os processos são desdobramentos da divulgação na imprensa das delações de Joesley Batista, sócio da empresa, na noite da última quarta-feira. A gravação de uma conversa com o presidente Michel Temer, como parte da delação, abalou o mercado ontem.
JBS confirma movimentações cambiais, que classifica como política de gestão de riscos
O primeiro processo foi aberto na quinta-feira, 18, no dia seguinte à divulgação do conteúdo da delação do empresário. Nesse processo, busca esclarecimentos adicionais à delação. Hoje, foram mais quatro processos instaurados.
A CVM também quer saber se a JBS se beneficiou de informações privilegiadas ao comprar dólar horas e em negócios com ações de emissão da JBS S.A no mercado à vista.
Ganho da JBS com compra de dólares é mais que suficiente para pagar multa
O outro processo analisa a atuação da JBS no mercado de dólar futuro e um quarto está de olho em movimentações no mercado derivativo do banco Original, controlado pela holding do grupo J&F Participações. Já o último processo trata das negociações do acionista controlador da JBS - a FB Participações - com ações de emissão da companhia.
Em comunicado divulgado há pouco, a CVM afirma ainda que sua assessoria de Análise Econômica e Gestão de Riscos "tem monitorado os principais indicadores de mercado e possíveis impactos sobre as atividades de nossos jurisdicionados, como a exposição da indústria de fundos a ativos afetados pelas últimas movimentações de mercado".
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