Após deixar Ministério da Cultura, Roberto Freire disse que o partido não rompeu com o Governo
Isadora Peron | O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Um dia depois de deixar o Ministério da Cultura, o presidente licenciado do PPS, Roberto Freire, disse que o partido não rompeu com o governo e vai continuar apoiando a aprovação das reformas no Congresso. Ele deve retomar a sua vaga como deputado federal na próxima semana.
O posicionamento de Freire vai de encontro com o teor da nota divulgada pelo partido na noite de quinta-feira, dizendo que, tendo em vista a “gravidade” das delações da JBS envolvendo o presidente Michel Temer, o PPS havia decido “deixar o governo federal”.
“Houve o afastamento do governo do ponto de vista político, mas continua a sustentação, não houve a ruptura. Por quê? Porque a gente continua apoiando o governo de transição”, explicou Freire.
Segundo o dirigente, o PPS não vai se juntar à oposição ao governo Temer, pois vai continuar apoiando o avanço das reformas na Câmara. “Nós não podemos nos confundir com aquelas forças que nós derrotamos no impeachment”, disse.
Freire afirmou, porém, que não se arrepende de ter deixado o ministério, porque discorda da decisão de Temer de não renunciar ao cargo. “Esse era talvez o grande gesto para a gente consolidar a governabilidade”, afirmou.
Ele também disse que entende a decisão do ministro Raul Jungmann, que também é do PPS, de permanecer à frente do Ministério da Defesa, pois a relação com as Forças Armadas é um tema muito sensível.
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