DEU EM O GLOBO
Presidente do partido envia representação ao Ministério Público
BRASÍLIA. O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), pediu ontem que o Ministério Público Federal investigue a denúncia de que a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, teria tentado interferir em auditorias da Receita Federal sobre empresas da família do presidente do Senado, José Sarney (PMDBAP).
Em representação enviada ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Maia pediu a apuração das denúncias da exsecretária da Receita Lina Vieira, que acusou a ministra de marcar um encontro sigiloso no Palácio do Planalto para cobrar pressa nas auditorias, o que a ministra nega.
Para o presidente do DEM, as acusações, se comprovadas, poderiam justificar o indiciamento de Dilma em cinco crimes. Entre eles, prevaricação, improbidade administrativa e concussão (ato de exigir vantagem indevida, para si ou para terceiros). Mas a ministra nega ter feito qualquer pedido a Lina e diz que sequer se encontrou com ela reservadamente, como acusou Lina.
Após protocolar a representação, Maia disse acreditar na versão de Lina: — Tudo leva a crer que houve interferência da ministra Dilma em análise de processos tributários. É uma denúncia muito grave.
Ministra não foi encontrada para comentar O deputado disse que o governo precisa apresentar uma explicação convincente para a demissão de Lina, em julho: — Ela teve uma gestão independente, sem aceitar pressões, e parece ter caído por causa disso — disse.
A representação entregue ontem ao procurador-geral cita duas reportagens sobre as declarações de Lina, publicadas pela primeira vez domingo passado na “Folha de S.Paulo”, e sua repercussão no Congresso.
O texto dos advogados do DEM pede que sejam adotadas “as medidas administrativas necessárias com o objetivo de aferir a ilicitude dos fatos ora relatados, (...) instaurando-se processo judicial contra os responsáveis”.
Dilma foi procurada pelo GLOBO, mas sua assessoria informou que ela não foi localizada.
Em entrevista ao site do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso cobrou rigor nas investigações da CPI da Petrobras e disse que o governo deve estudar a hipótese de abrir a exploração do pré-sal a outras empresas, inclusive privadas. Ele afirmou que é preciso “avaliar se o modelo que queremos deve ser executado pela União, pela Petrobras ou através de uma competição entre várias empresas”: — O BNDES já investiu R$ 20 bilhões. E é dinheiro do Tesouro.
Será que convém? Não estaríamos prejudicando investimentos em outras áreas?
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