DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Em ato com educadores, tucano citou vazamentos e disse que Enem virou 'problema para os jovens'
Daiene Cardoso e André Mascarenhas
O candidato do PSDB à sucessão presidencial, José Serra, defendeu nesta sexta-feira, 15, que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) precisa ser remodelado. Em evento com educadores das redes de ensino municipal e estadual em São Paulo, o tucano acusou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de fazer uso político do sistema de avaliação. A crítica foi feita em referência ao episódio do vazamento de dados pessoais de estudantes inscritos no exame. O site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que realiza o Enem, disponibilizou de maneira indevida essas informações, em agosto deste ano.
"A utilização política propagandista acabou arruinando o Enem, acabou fazendo com que o Enem vire um problema para os jovens que tiveram os seus dados devassados", disse. O tucano também insinuou que pode ter havido uso eleitoral do cadastro. "Já não se fala nem no uso eleitoral disso, de correspondência enviada com os dados cadastrais do Enem", acusou. Na opinião de Serra, o Ministério da Educação (MEC) teria sido negligente em relação ao sigilo do cadastro dos estudantes. "O governo foi frouxo nesse trabalho", criticou.
O ex-governador paulista aproveitou o ato com educadores simpáticos ao PSDB para rebater ataques sofridos por sua gestão durante a campanha para o governo do Estado e fazer promessas para a educação. Segundo Serra, os ataques feitos pelo PT ao longo da campanha estadual passaram agora para a eleição presidencial, mas o fato de Alckmin ter sido eleito no primeiro turno comprovaria que os paulistas rejeitaram as acusações. Sem citar o nome do candidato derrotado do PT em São Paulo, Aloizio Mercadante, o tucano disse esperar que nas próximas eleições os adversários apostem "na mesma estratégia e até no mesmo candidato". "Assim abrem o caminha para boas administrações em São Paulo", provocou.
Ao longo da campanha, o petista criticou duramente o sistema de progressão continuada do governo paulista. Com o pretexto de combater a evasão escolar, o programa garante a não repetência de alunos do ensino fundamental do Estado.
Além de Serra e do governador eleito ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, secretários, políticos, reitores de universidades e lideranças ligadas à educação participaram do encontro, no qual um manifesto de apoio a Serra foi lido. Coube ao secretário municipal de Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, criticar a gestão petista na cidade. Segundo ele, ao assumir a pasta, em 2004, "75 mil crianças passavam calor e frio nas escolas de lata" do município.
Ensino particular. Durante o evento, Serra defendeu a manutenção do Programa Universidade para Todos (ProUni) e a criação do ProTec, bolsas para estudantes do ensino técnico na rede particular. Ainda assim, criticou a qualidade do ensino superior privado e a falta de coordenação do governo federal na área.
O candidato criticou também a suposta queda do número de estudantes formados pelas escolas públicas federais. "Tem que ter um planejamento nessa área", defendeu. Serra pregou ainda a educação como prioridade de seu governo e disse que é preciso fazer uma união nacional pela educação, "acima dos interesses partidários". "Temos de fazer um grande mutirão pela melhoria da qualidade da educação no Brasil."
Salto alto. Ao fim do seu discurso, Serra aproveitou para dar um recado aos militantes do PSDB que, após a divulgação de pesquisas apontando crescimento do tucano, já se comportam como favoritos na reta final da campanha. "Temos uma batalha dura. Já vejo gente dando de barato. Não é assim, não. Eleição é um processo difícil", disse. Questionado sobre se já havia escolhido o seu ministro da Educação, já que Paulo Renato Souza - ex-ministro da pasta e atual secretário da Educação em São Paulo - estava presente no evento, Serra desconversou. "Não está escolhido. O ministro da Educação vai ter de trabalhar muito", disse em coletiva concedida após o evento. Antes de deixar o local, no entanto, procurou evitar a polêmica: "Primeiro, ganhar a eleição, nada de salto alto."
Em ato com educadores, tucano citou vazamentos e disse que Enem virou 'problema para os jovens'
Daiene Cardoso e André Mascarenhas
O candidato do PSDB à sucessão presidencial, José Serra, defendeu nesta sexta-feira, 15, que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) precisa ser remodelado. Em evento com educadores das redes de ensino municipal e estadual em São Paulo, o tucano acusou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de fazer uso político do sistema de avaliação. A crítica foi feita em referência ao episódio do vazamento de dados pessoais de estudantes inscritos no exame. O site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que realiza o Enem, disponibilizou de maneira indevida essas informações, em agosto deste ano.
"A utilização política propagandista acabou arruinando o Enem, acabou fazendo com que o Enem vire um problema para os jovens que tiveram os seus dados devassados", disse. O tucano também insinuou que pode ter havido uso eleitoral do cadastro. "Já não se fala nem no uso eleitoral disso, de correspondência enviada com os dados cadastrais do Enem", acusou. Na opinião de Serra, o Ministério da Educação (MEC) teria sido negligente em relação ao sigilo do cadastro dos estudantes. "O governo foi frouxo nesse trabalho", criticou.
O ex-governador paulista aproveitou o ato com educadores simpáticos ao PSDB para rebater ataques sofridos por sua gestão durante a campanha para o governo do Estado e fazer promessas para a educação. Segundo Serra, os ataques feitos pelo PT ao longo da campanha estadual passaram agora para a eleição presidencial, mas o fato de Alckmin ter sido eleito no primeiro turno comprovaria que os paulistas rejeitaram as acusações. Sem citar o nome do candidato derrotado do PT em São Paulo, Aloizio Mercadante, o tucano disse esperar que nas próximas eleições os adversários apostem "na mesma estratégia e até no mesmo candidato". "Assim abrem o caminha para boas administrações em São Paulo", provocou.
Ao longo da campanha, o petista criticou duramente o sistema de progressão continuada do governo paulista. Com o pretexto de combater a evasão escolar, o programa garante a não repetência de alunos do ensino fundamental do Estado.
Além de Serra e do governador eleito ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, secretários, políticos, reitores de universidades e lideranças ligadas à educação participaram do encontro, no qual um manifesto de apoio a Serra foi lido. Coube ao secretário municipal de Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, criticar a gestão petista na cidade. Segundo ele, ao assumir a pasta, em 2004, "75 mil crianças passavam calor e frio nas escolas de lata" do município.
Ensino particular. Durante o evento, Serra defendeu a manutenção do Programa Universidade para Todos (ProUni) e a criação do ProTec, bolsas para estudantes do ensino técnico na rede particular. Ainda assim, criticou a qualidade do ensino superior privado e a falta de coordenação do governo federal na área.
O candidato criticou também a suposta queda do número de estudantes formados pelas escolas públicas federais. "Tem que ter um planejamento nessa área", defendeu. Serra pregou ainda a educação como prioridade de seu governo e disse que é preciso fazer uma união nacional pela educação, "acima dos interesses partidários". "Temos de fazer um grande mutirão pela melhoria da qualidade da educação no Brasil."
Salto alto. Ao fim do seu discurso, Serra aproveitou para dar um recado aos militantes do PSDB que, após a divulgação de pesquisas apontando crescimento do tucano, já se comportam como favoritos na reta final da campanha. "Temos uma batalha dura. Já vejo gente dando de barato. Não é assim, não. Eleição é um processo difícil", disse. Questionado sobre se já havia escolhido o seu ministro da Educação, já que Paulo Renato Souza - ex-ministro da pasta e atual secretário da Educação em São Paulo - estava presente no evento, Serra desconversou. "Não está escolhido. O ministro da Educação vai ter de trabalhar muito", disse em coletiva concedida após o evento. Antes de deixar o local, no entanto, procurou evitar a polêmica: "Primeiro, ganhar a eleição, nada de salto alto."
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