Agora começa outra etapa. A
presidente da República deve ajustar seu governo ao novo tabuleiro político, o
Congresso renovará suas Mesas Diretoras e a agulha da bússola começará a
apontar para a eleição parlamentar e presidencial de 2014
O resultado de uma eleição é uma fotografia que precisa ser olhada e
analisada sob perspectivas diversas, que se complementam para a produzir a
imagem mais objetiva possível: número de votos obtidos, número de prefeitos
eleitos, força das máquinas conquistadas, contingente de cidadãos governados e
dimensão dos orçamentos a serem administrados. No pleito de hoje, é pacífico
que o troféu mais importante é a prefeitura de São Paulo. Dizem as pesquisas
que o candidato do PT, Fernando Haddad, tem expressiva vantagem sobre o
adversário tucano, José Serra.
A capital paulista é a cidade com o maior número de eleitores e seu orçamento,
estimado em R$ 39 bilhões para 2013, é o terceiro maior do país. À frente, só o
da União e o do estado de São Paulo. Trata-se, por tudo isso, de uma das mais
poderosas “máquinas” de poder do país, o que explica a disputa encarniçada. Um
fato que ilustra a força desta máquina: não sendo um político de expressão
nacional nem sendo portador de algum projeto especial para o país, o prefeito
Gilberto Kassab, a partir dela, conseguiu montar um partido nacional, o PSD, e
assim entrar no jogo político nacional. Daí a importância de sua reconquista
pelo PT ou de sua preservação ou perda pelo PSDB. Serra era um prefeito bem
avaliado, mas deixou o cargo para o vice Kassab em 2006, quando se elegeu
governador. Não concorreu à reeleição para disputar a presidência com Dilma. É
certo que a baixa avaliação do atual prefeito o prejudicou. Uma eventual
derrota hoje será danosa para a trajetória e para o futuro do PSDB. A eventual
vitória de Haddad será consagradora para Lula, que bancou sua candidatura
inicialmente desconcertante, por sua origem técnica e inexperiência eleitoral,
assim como a eventual derrota iria para a conta do ex-presidente. No quesito
máquina, São Paulo é o que importa.
E cumprido este rito democrático, começa outra etapa. A presidente da República
deverá ajustar seu governo ao novo tabuleiro político, o Congresso renovará
suas Mesas Diretoras e a agulha da bússola começará a apontar para a eleição
parlamentar e presidencial de 2014.
O Supremo Tribunal Federal condenou Marcos Valério a 40 anos de prisão. A
defesa de José Dirceu pediu atenuação da pena a ser fixada, por conta de sua
atuação na resistência à ditadura e na consolidação da democracia. O Código
Penal prevê atenuantes e agravantes, segundo a personalidade e trajetória do
réu. O procurador-geral Roberto Gurgel contra-atacou pedindo penas severas. O
Tribunal de Nuremberg, ao julgar o alto comando nazista, condenou 12 réus à
morte e três à prisão perpétua (penas que o Brasil não adota). Dois dirigentes
foram condenados a 20 anos de prisão, um a 15 anos e outro a 10.
Fonte: Correio Braziliense
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