Eduardo Campos comemora popularidade; Cabral não quis falar
BRASÍLIA - Os números da pesquisa CNI/Ibope de ontem geraram comemoração entre os aliados do presidenciável Eduardo Campos, do PSB, e apreensão ou cautela entre boa parte dos demais avaliados, inclusive no Palácio do Planalto. Além da já conhecida queda de popularidade, alguns dados novos geraram preocupação, segundo fontes do governo. Em especial o que aponta que 50% dos entrevistados não confiam hoje na presidente, contra 45% que confiam. Esse conceito, de confiança na presidente, não havia sido divulgado em nenhuma das sondagens recentes.
Assim que soube dos números, o governador Eduardo Campos (PSB-PE) comemorou como uma boa vitrine para o embate eleitoral na construção de sua candidatura presidencial. Ele liderou, com 58% de aprovação, a lista dos 11 governos avaliados.
- Esse resultado é um valor palpável e visível para usar no debate que será travado agora - disse Campos, nas conversas com seus aliados.
Para o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), não foram as manifestações de rua, mas os maus resultados e falhas de gestão que derrubaram a popularidade de governantes:
- O Eduardo já é um exemplo a ser seguido, e sua linha de frente, que não é de agora, deve-se à gestão com planejamento, metas e objetivos perseguidos. No nosso caso, os números do Ibope refletem os resultados, não conversa e promessas.
Cabral não se manifesta
O governador Sérgio Cabral, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não comentaria a pesquisa. O deputado Danilo Forte (PMDB-CE) admitiu que o mau desempenho de Cabral é ruim para o PMDB:
- É o maior estado que governamos. Mas acredito que ainda seja reflexo de o movimento das ruas ter continuado de forma mais consistente no Rio.
Thiago Hoffmann, secretário de Governo de Renato Casagrande (PSB-ES), que ficou com 29% de aprovação, preferiu comparar esse percentual com o de Dilma no estado.
- Se considerarmos a avaliação da presidente Dilma no estado, a do governador é bem superior. Ela ficou com apenas 21%.
O tucano Beto Richa, do Paraná, que ficou em segundo lugar entre os governadores mais bem avaliados, comemorou:
- Meio arranhado, mas estamos sobrevivendo ao terremoto. É a demonstração de que estamos governando com firmeza, austeridade. Acabou a fase do discurso fácil, da maquiagem. O povo quer agora resultados.
Outro tucano bem posicionado de acordo com os novos patamares, o mineiro Antonio Anastasia (36%) é cauteloso:
- Acredito que as manifestações tiveram reflexo na avaliação da população com relação a todos os governantes. Cabe aos governantes entender as mensagens que vêm das ruas.
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o segundo com pior avaliação, disse, em nota, que "o Ibope tem histórico ruim em Goiás" porque "os números de suas pesquisas locais quase nunca se confirmam". (Cristiane Jungblut, Junia Gama, Maria Lima e Paulo Celso Pereira)
Fonte: O Globo
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