Avaliação é de dirigente do Ibope, após popularidade da presidente cair de 55% para 31%, mesmo índice de desaprovação
BELO HORIZONTE - As manifestações de junho foram fundamentais para a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff e apenas a melhora da economia poderá garantir alguma recuperação, mas não aos patamares anteriores. A avaliação é de Renato da Fonseca, gerente-executivo da pesquisa CNI/Ibope. Em quatro meses, a aprovação do governo da petista despencou de 63% para 31%, após a onda de protestos - o último levantamento, no mês passado, Dilma registrou 55%.A proporção de pessoas que consideram o governo Dilma ruim ou péssimo subiu de 13% em maio para 31% em julho. Aqueles que avaliaram o governo como regular passou de 32% para 37% no período. Outro 1% não respondeu.
Para Fonseca, o retorno da inflação foi o "gatilho" da queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff e as manifestações trouxeram à tona problemas que já vinham sendo reclamados pelos entrevistados em levantamentos anteriores. "As insatisfações vão se acumulando até o momento em que as pessoas explodem", concluiu.
Não é à toa que saúde, educação e segurança, áreas que se destacaram nas reivindicações das ruas, aparecem com as piores avaliações na última pesquisa. Habitação, combate à fome e capacitação profissional são os setores da União que receberam as melhores avaliações da população.
Comparando a crise enfrentada hoje por Dilma com o pior momento vivido pelo ex-presidente Lula, em 2005, no escândalo do mensalão, Fonseca pondera que a diferença está no crescimento econômico registrado naquele período, ao contrário do cenário enfrentado por Dilma, em 2013.
"É possível recuperar (a popularidade), vai depender da evolução das condições econômicas, que não vão bem", ponderou Renato da Fonseca.
Passada as manifestações, a tendência é haver recuperação da avaliação positiva ou estabilização dos números, mas não há perspectiva de que os índices voltarão aos patamares anteriores. Segundo Renato da Fonseca, enquanto a inflação estiver corroendo os salários e houver registro da queda do nível de emprego, o cenário para a presidente Dilma tende a ser negativo.
Desaprovação
Conforme a CNI/Ibope, a desaprovação à maneira de governar de Dilma Rousseff superou a aprovação. A aprovação sofreu queda em julho, chegando a 45%. Em junho, o resultado foi de 71%. O porcentual dos que desaprovam subiu de 25% para 49%.
Há mais eleitores que não confiam na presidente Dilma Rousseff do que eleitores que confiam, de acordo com a pesquisa CNI/Ibope A confiança dos eleitores na presidente caiu de 67%, em junho, para 45%, em julho. Já a proporção de pessoas que disseram não ter confiança subiu de 28% para 50%.
A pesquisa CNI/Ibope foi feita entre 9 e 12 de julho, ouvindo 7.686 pessoas com mais de 16 anos de idade, em 434 municípios. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou menos.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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