Grasielle Castro – Correio Braziliense
Em meio a ataques à gestão petista na Petrobras, a presidente Dilma Rousseff voltou a defender a política de negócios da estatal. No programa de rádio Café com a presidenta, Dilma enalteceu a política de compras da estatal e ressaltou que, por causa dela, a indústria naval brasileira vem apresentando crescimento constante. Segundo ela, a decisão de priorizar os produtos brasileiros, iniciada no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, gerou empregos e foi capaz de fazer renascer “uma indústria naval dinâmica e competitiva”. “Decidimos que as compras da Petrobras deveriam ser feitas preferencialmente em indústrias que produzissem no Brasil, para gerar, aqui, crescimento industrial e emprego”, explicou.
De acordo com dados apresentados pela presidente, em 2017, a indústria naval empregará 100 mil trabalhadores. O discurso sobre o potencial da estatal já tinha sido pincelado na semana passada. Na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), a presidente disse que, no início do governo Lula, ouviu comentários de que ela — então ministra de Minas e Energia — e a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, não seriam capazes de produzir um casco de navio. “Hoje estamos fazendo navio”, destacou.
Na cerimônia de viagem inaugural do navio petroleiro Dragão do Mar e batismo do navio Henrique Dias, no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE), no último dia 14, ela declarou, em clima de comício, que não ficará calada diante das denúncias de corrupção na empresa, que ela considera um ataque à própria Petrobras. A quebra do silêncio da presidente, ontem, sinalizou a estratégia de responder às acusações da oposição de que a maior estatal brasileira encolheu no seu governo.
Para o eleitor ver
Desde sexta-feira sem compromissos oficiais, a presidente, que vinha de uma série de viagens para inauguração de obras e eventos relativos a programas do seu governo, retoma amanhã o périplo de viagens. Nos próximos três dias, ela voará pelo menos 8 mil quilômetros, com escalas em São Paulo, Cuiabá, Belém e Barcarena (PA).
Outros pré-candidatos a Presidência da República também não estão dispostos a perder tempo. Além do senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-governador Eduardo Campos (PSB) tem participado de eventos em várias cidades do país. Hoje, Campos e Marina Silva, sua futura companheira de chapa, iniciam por Santa Catarina uma jornada de visitas a 150 cidades do país até junho. No próximo fim de semana, os dois vão ao Amazonas e ao Acre.
A agenda vitaminada dos pré-candidatos, de acordo com o cientista político Lúcio Rennó, faz parte do processo democrático, mas chama atenção pela linha tênue que separa o processo natural do partido de organizar coligações e a campanha em pleno curso. “É natural que os partidos se estruturem, que os pré-candidatos rodem o país para construir alianças. Muitas vezes, é difícil discernir se o pré-candidato está descumprindo a legislação, que proíbe campanha antecipada”, analisa.
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