Ana Conceição - Valor Econômico
SÃO PAULO - A expectativa dos analistas de mercado para a inflação continua a se deteriorar e eles já preveem que o índice oficial de preços do país supere o teto do intervalo da meta neste ano, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central, que colhe estimativas entre cerca de cem instituições.
A mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu pela sétima semana consecutiva, desta vez de 6,47% para 6,51%, ligeiramente acima, portanto, do teto de 6,5%.
Os analistas do grupo Top 5 – os que mais acertam as previsões – estão mais pessimistas. A mediana de médio prazo do grupo para o IPCA em 2014 saiu de 6,49% para 6,59%.
Com relação a 2015, a mediana geral do mercado seguiu em 6%, enquanto a mediana de médio prazo do Top 5 caiu de 6,27% para 6%. Em 12 meses, a expectativa passou de 6,12% para 6,07%.
As expectativas se deterioraram apesar de o IPCA-15 de abril, prévia da inflação do mês, ter subido menos que o esperado. O indicador avançou 0,78%, de 0,73% em março, mas ficou abaixo da média de 0,85% apurada pelo Valor Data entre 19 analistas.
Apesar da surpresa positiva, os economistas ouvidos pelo Valor avaliaram que a resistência do grupo alimentação e bebidas e os reajustes de energia elétrica e de medicamentos vão manter a inflação pressionada na segunda quinzena do mês e devem levar o índice oficial de inflação a encerrar abril c om alta próxima de 0,75%, acima dos 0,55% obse rvados em igual período do ano passado. O grupo alimentação e bebidas foi responsável por 58% da alta do IPCA-15 em abril, segundo o IBGE.
No Focus, a expectativa para o IPCA de abril subiu de 069% para 0,80%. A expectativa para a alta dos preços administrados também subiu, de 4,60% para 4,70% em 2014 e de 5,90% para 6% em 2015.
Apesar de prever inflação bem mais salgada, os analistas em geral não mudaram suas expectativas para a Selic, que seguiram em 11,25% ao fim deste ano e em 12% no fim de 2015. Atualmente, a taxa básica de juros está em 11% ao ano. Entre os Top 5 nada mudou. Eles continuaram a prever Selic de 11,88% em 2014 e de 13% em 2015.
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