• Ato na Baixada com presença de Pezão é resposta aos eventos pró-Aécio. Outros aliados também terão agenda com a presidente
Carina Bacelar, Cássio Bruno, Fernanda Krakovics, Leticia Fernandes e Marcelo Remígio - O Globo
BRASÍLIA e RIO — Nove dos dez prefeitos dos municípios fluminenses com o maior número de eleitores declararam apoio ao movimento “Dilmão”, que defende no Rio as candidaturas à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). O “Dilmão” promoverá hoje um jantar com cerca de 300 convidados em uma churrascaria em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, como resposta ao lançamento no estado da candidatura a presidente do tucano Aécio Neves, semana passada, em Queimados, também na Baixada. Além de Dilma e Pezão, os organizadores esperam reunir 60 prefeitos — muitos deles estiveram em eventos do “Aezão” —, lideranças políticas, deputados federais e estaduais. O evento será o pontapé inicial da campanha de Dilma no Rio.
De acordo com o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso (sem partido), um dos coordenadores do movimento “Dilmão”, as nove cidades com prefeitos que apoiam Dilma — Rio, São Gonçalo, Caxias, Nova Iguaçu, Niterói, Campos, Belford Roxo, São João de Meriti e Volta Redonda — respondem por 65% do eleitorado:
— Não estamos preocupados em lotar a churrascaria, queremos mostrar a adesão de prefeitos. Vamos apresentar uma prestação de contas de Dilma no estado e mostrar a importância de apoiar a reeleição — disse Cardoso, em referência ao almoço promovido pelo movimento “Aezão”, de apoio a Aécio, que reuniu cerca de 1.800 pessoas no Rio.
Para evitar problemas com os demais candidatos ao Palácio Guanabara da base aliada da presidente, a coordenação da campanha de Dilma promoverá eventos com Lindbergh Farias (PT), Marcelo Crivella (PRB) e Anthony Garotinho (PR). Depois de Pezão, o próximo a dividir o palanque com Dilma deverá ser Garotinho, já na próxima semana.
Na tentativa de minimizar a insatisfação com a participação de Dilma em um ato político com Pezão, os demais candidatos foram avisados do jantar com antecedência pela coordenação da campanha. O presidente do PT, Rui Falcão, coordenador-geral, virá amanhã ao Rio e terá reuniões com Garotinho, Crivella e com o prefeito Eduardo Paes (PMDB). À noite, ele participará de plenária do PT com Lindbergh. No encontro com Garotinho, Falcão deve dizer que a campanha de Dilma está cumprindo o acordo feito com ele em fevereiro. Na ocasião, Garotinho pediu reciprocidade e ressaltou que não exigiria exclusividade. Ou seja, apoiaria a reeleição de Dilma desde que ela fosse também a seu palanque e não privilegiasse nenhum candidato.
Durante carreata ontem no Complexo da Maré, o ex-governador Garotinho disse que Dilma deverá visitar um conjunto habitacional na Zona Oeste ou na Baixada entregue durante sua gestão.
— Fui comunicado do encontro (“Dilmão”) pelo ministro (Ricardo) Berzoini (Relações Institucionais), que pediu para eu fazer uma agenda. Eu deixei que ela viesse primeiro com o Pezão para ele explicar a posição dos prefeitos que foram no almoço com o Aécio e, agora, vão num jantar com ela. Precisam dizer com quem estão — ironizou.
Lindbergh evita polêmica
Já Lindbergh, visivelmente constrangido com o início da campanha de Dilma no Rio ao lado de Pezão, desejou “sorte” à presidente, durante corpo a corpo em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Sem polemizar, o petista afirmou que Dilma “sabe o que faz” e disse que não “ficará com picuinha política” em relação ao encontro com Pezão. Para o senador petista, a atitude de Dilma “é natural”:
— Vamos esperar o momento certo para fazer uma agenda com ela. Não vou ficar nessa picuinha política. Sei ganhar a eleição no meio da rua, conversando com as pessoas. Acho que nossa candidatura pode contribuir com a Dilma. Desejo sorte a ela. Sempre estarei à disposição.
Pezão negou possíveis tensões no partido com o comparecimento de prefeitos do PMDB que participaram de eventos do “Aezão”.
— É natural que todos os prefeitos ouçam os candidatos agora. É uma oportunidade única de estar pessoalmente com ela, numa agenda que é difícil qualquer prefeito ter. Os prefeitos que foram lá ouvir o senador Aécio vão ouvir a presidente Dilma e, se precisar, vão ouvir o Pastor Everaldo (PSC).
O jantar do “Dilmão” custará R$ 15 mil e será pago pelos prefeitos Cardoso (sem partido), Paes e Rodrigo Neves (PT-Niterói). Bebidas serão servidas à parte. No cardápio, salmão na brasa e churrasco. Alguns candidatos a deputado de partidos da aliança de Pezão que aderiram ao “Aezão” deverão comparecer como forma de protesto contra o PMDB, que ainda não honrou a entrega de material de campanha.
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