Por Raymundo Costa | Valor Econômico
BRASÍLIA - Um jantar hoje à noite no Palácio do Alvorada marca o início de uma ampla ofensiva do governo para votar e aprovar a reforma da Previdência ainda neste semestre. O encontro vai reunir os novos líderes do governo com os líderes partidários e o novo ministro da coordenação política Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo). Amanhã, terça-feira, o presidente reúne o Conselhão, pela manhã, e à tarde empossa dois novos ministros, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) no Ministério da Justiça, e o senador Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB-SP) no Ministério das Relações Exteriores.
A dança das cadeiras na Esplanada dos Ministérios foi articulada com o objetivo de assegurar maioria para o governo na votação das reformas, especialmente a da Previdência. Não foi por outro motivo que o presidente Michel Temer optou por um deputado e um senador para a Justiça e a Chancelaria, respectivamente. A indicação de Serraglio serviu para atender a bancada do PMDB da Câmara, indócil com a perda da Secretaria de Governo para o PSDB. Nunes Ferreira foi avalizado para Relações Exteriores pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e pelo antigo titular do cargo, o senador José Serra (SP).
No Congresso, o presidente entregou a função de líder na Câmara para o deputado Aguinaldo Ribeiro, do PP paraibano, e de líder no Senado para Romero Jucá, do PMDB de Roraima, presidente nacional da sigla, que assim abriu vaga na liderança do governo no Congresso para o deputado André Moura, do PSC de Sergipe, expoente do antigo "Centrão". Moura estava com os dias contados desde que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, criticou sua atuação como líder do governo na Casa. Para a liderança da maioria na Câmara, irá o deputado Lelo Coimbra, pemedebista do Espírito Santo.
Segundo um auxiliar do presidente, as mudanças têm por objetivo "zerar a economia", ou seja, encerrar a recessão e retomar o crescimento, o que passa pela aprovação da reforma da Previdência. A proposta deve passar pelo Congresso, mas o governo terá de negociar com os partidos mudanças no texto original.
Ainda na terça-feira, haverá reunião da secretaria do Programa de Parcerias de Investimento (PPI). A oposição também prepara eventos em Brasília para se manifestar contrária à reforma da Previdência. O presidente do PT, Rui Falcão, deve se reunir com as bancadas de senadores e deputados e com vereadores de todo o país com esse objetivo. Na pauta do PT também está o projeto da terceirização nas relações de trabalho, que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) quer votar ainda nesta semana.
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