sexta-feira, 9 de julho de 2021

Luiz Paulo Costa* - A democracia e a escolha do candidato da terceira via

As ações e manifestações em curso levam-nos a propor aprofundar a própria democracia também na definição de uma estratégia para a construção da candidatura do “centro democrático”. Não bastarão, pelo visto, as iniciativas de 2018 e mesmo apenas repicar as em curso no presente.

É preciso avançar na democratização do próprio processo de escolha do candidato que possa encarnar a garantia de que, não só afastaremos a ameaça à democracia conquistada a partir da maior mobilização cívica da história brasileira com a Constituição de 1988 e o Estado Democrático de Direito em vigor, como ainda abrir passagem para a consolidação da democracia.

Neste sentido, é alvissareira a reunião do DEM, PSDB, MDB, PV, Cidadania, Podemos, Solidariedade contra o retrocesso do voto impresso. Assim como atrair os partidos Rede, PSB, PDT e PSD e outros para este bloco. É fundamental que os partidos consigam barrar propostas como do “distritão”, volta das coligações nas eleições proporcionais, financiamento por empresas, e outros retrocessos político-eleitorais que enfraquecem os próprios partidos como também distanciam o eleitor do eleito, fragilizando a própria democracia representativa que precisa ser revalorizada perante os eleitores brasileiros.

No curso desta iniciativa política deve-se construir um conjunto partidário do centro democrático por um candidato único a presidente da República para romper a polarização eleitoral que leva aos extremos da política. Ato contínuo, com esta concertação dos partidos políticos, ampliar a participação pelo candidato a Presidente da República da terceira via com a integração de instituições da sociedade civil.

Montada esta concertação do centro democrático, deve-se estabelecer o roteiro de ações a serem desenvolvidas, inclusive listando os pontos básicos de um programa de governo para o debate público. O tempo corre e pelo menos antes do final do ano deve-se ter a lista de pré-candidatos dos partidos ou coligações que integram o centro democrático.

Após este importante passo, a organização política poderá marcar prazo para a definição de um candidato de comum acordo entre os partidos políticos participantes. Não havendo decisão consensual para montar a chapa de candidatos a presidente e a vice-presidente da República, a alternativa democrática existente é a realização de prévia nacional pela escolha dos candidatos do centro democrático. 

À primeira vista esta proposta pode parecer não factível pelo suposto nível de organização da política brasileira. Entretanto, se os partidos como o PSDB promovem eleições e prévias nacionais entre os seus filiados para a escolha de dirigentes e candidatos, o que não poderá realizar um conjunto de partidos com o apoio da sociedade civil para definir um candidato único do centro democrático?

Uma coisa é certa dependendo da abrangência nacional desta consulta pública:  o candidato do centro democrático será o futuro presidente da República Federativa do Brasil!

*Jornalista e escritor

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