As ações e manifestações em curso levam-nos a propor aprofundar a própria democracia também na definição de uma estratégia para a construção da candidatura do “centro democrático”. Não bastarão, pelo visto, as iniciativas de 2018 e mesmo apenas repicar as em curso no presente.
É preciso avançar na democratização do
próprio processo de escolha do candidato que possa encarnar a garantia de que,
não só afastaremos a ameaça à democracia conquistada a partir da maior
mobilização cívica da história brasileira com a Constituição de 1988 e o Estado
Democrático de Direito em vigor, como ainda abrir passagem para a consolidação
da democracia.
Neste sentido, é alvissareira a reunião do DEM,
PSDB, MDB, PV, Cidadania, Podemos, Solidariedade contra o retrocesso do voto
impresso. Assim como atrair os partidos Rede, PSB, PDT e PSD e outros para este
bloco. É fundamental que os partidos consigam barrar propostas como do
“distritão”, volta das coligações nas eleições proporcionais, financiamento por
empresas, e outros retrocessos político-eleitorais que enfraquecem os próprios partidos
como também distanciam o eleitor do eleito, fragilizando a própria democracia representativa
que precisa ser revalorizada perante os eleitores brasileiros.
No curso desta iniciativa política deve-se construir um conjunto partidário do centro democrático por um candidato único a presidente da República para romper a polarização eleitoral que leva aos extremos da política. Ato contínuo, com esta concertação dos partidos políticos, ampliar a participação pelo candidato a Presidente da República da terceira via com a integração de instituições da sociedade civil.
Montada esta concertação do centro
democrático, deve-se estabelecer o roteiro de ações a serem desenvolvidas,
inclusive listando os pontos básicos de um programa de governo para o debate
público. O tempo corre e pelo menos antes do final do ano deve-se ter a lista
de pré-candidatos dos partidos ou coligações que integram o centro democrático.
Após este importante passo, a organização
política poderá marcar prazo para a definição de um candidato de comum acordo entre
os partidos políticos participantes. Não havendo decisão consensual para montar
a chapa de candidatos a presidente e a vice-presidente da República, a
alternativa democrática existente é a realização de prévia nacional pela
escolha dos candidatos do centro democrático.
À primeira vista esta proposta pode parecer
não factível pelo suposto nível de organização da política brasileira.
Entretanto, se os partidos como o PSDB promovem eleições e prévias nacionais entre
os seus filiados para a escolha de dirigentes e candidatos, o que não poderá realizar
um conjunto de partidos com o apoio da sociedade civil para definir um
candidato único do centro democrático?
Uma coisa é certa dependendo da abrangência
nacional desta consulta pública: o
candidato do centro democrático será o futuro presidente da República
Federativa do Brasil!
*Jornalista e escritor
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