Gerson Camarotti
DEU EM O GLOBO
Tucanos trabalham pela unidade em torno de Serra e consideram que PT está preso à candidatura da ministra
BRASÍLIA. O engessamento do quadro sucessório de 2010, com a notícia do tratamento de saúde da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, acena para um cenário de polarização entre a própria ministra, pelo PT, e o governador de São Paulo, José Serra, pelo PSDB. A avaliação reservada feita no núcleo da oposição é que o presidente Lula agora ficou definitivamente preso à candidatura Dilma depois da divulgação de que ela tem um câncer linfático. Para os oposicionistas, a única opção de Lula é trabalhar para fortalecer essa candidatura.
Por outro lado, avalia esse núcleo, a posição dos que defendem a unidade interna no PSDB também ganha ênfase.
— Fica claro que Dilma é a candidata do PT e que Lula não mudará de nome. Essa situação elimina a chance de surgir uma nova candidatura, até mesmo para não passar a idéia de fragilidade da ministra. Por isso, setores da sociedade que não desejam o processo continuísta vão pressionar pela unidade da oposição — aposta Jutahy Junior (BA), ex-líder tucano.
Tucanos avançam num acordo entre Serra e Aécio Diante da nova situação no xadrez de 2010, os tucanos dizem que não é hora de brigar, e que é preciso reunir forças contra Dilma. Na semana passada, a cúpula do PSDB decidiu avançar num pacto de convivência entre Serra e o governador de Minas, Aécio Neves, com o objetivo de fechar um acordo para unificar o partido. O entendimento para adiar as prévias para fevereiro de 2010 favoreceu os planos do governador paulista e deve ajudar a consolidar sua candidatura presidencial.
— Decidimos evitar um FlaFlu. A ordem é buscar a unidade partidária. Estamos no caminho da pacificação, e o partido sairá desse processo com um nome forte — afirma o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE).
No PT, a percepção é semelhante: hoje o partido não tem alternativa, e a candidatura de Dilma está mais que reafirmada por Lula. Os petistas estão certos de que a prioridade do PSDB, agora, é pacificar o partido para dar força e visibilidade ao tucano que tem mais chances de vencer a petista, Serra.
A ofensiva tucana agora tem o objetivo de enfrentar o processo natural de maior exposição de Dilma nos próximos meses.
— As mudanças no quadro político devem forçar uma unidade maior do PSDB. Isso deve consolidar as candidaturas de Dilma e Serra, numa clara polarização — diz o senador petista Delcídio Amaral (MS).
— A oposição está preocupada com o crescimento de Dilma.
Eles apostaram que a crise econômica iria atingir o governo Lula.
Como isso não aconteceu, entraram em pânico. Por isso, esse movimento de unidade interna dos tucanos — avalia o secretáriogeral do PT, deputado José Eduardo Martins Cardozo (SP).
Nesse cenário, PT e PSDB tentam consolidar seus palanques e atrair o PMDB. O próprio presidente Lula iniciou as costuras para montar a aliança com o PMDB em torno de Dilma. Ele aproveitou um jantar no Palácio da Alvorada semana passada, com os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDBAP), e pôs em pauta a necessidade de um palanque único de PT e PMDB. Lula foi enfático ao afirmar que não há dúvida sobre a candidatura de Dilma, mostrou otimismo em relação à saúde dela e considerou fundamental o PMDB estar junto ao PT.
No PMDB, a sucessão presidencial também ganhou urgência.
O líder Henrique Eduardo Alves (RN) quer criar um grupo para analisar a situação de cada estado, mas só no segundo semestre.
Até lá, vão observar os movimentos de PT e PSDB.
— O presidente deixou claro que acha fundamental a aliança com o PMDB não só para a governabilidade, mas para o futuro.
Ele está trabalhando pelo nome de Dilma. Não mudaria de candidato por conveniência política, pois não seria a hora, e nem por causa dela, já que a saúde da ministra está muito boa — resumiu o líder
DEU EM O GLOBO
Tucanos trabalham pela unidade em torno de Serra e consideram que PT está preso à candidatura da ministra
BRASÍLIA. O engessamento do quadro sucessório de 2010, com a notícia do tratamento de saúde da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, acena para um cenário de polarização entre a própria ministra, pelo PT, e o governador de São Paulo, José Serra, pelo PSDB. A avaliação reservada feita no núcleo da oposição é que o presidente Lula agora ficou definitivamente preso à candidatura Dilma depois da divulgação de que ela tem um câncer linfático. Para os oposicionistas, a única opção de Lula é trabalhar para fortalecer essa candidatura.
Por outro lado, avalia esse núcleo, a posição dos que defendem a unidade interna no PSDB também ganha ênfase.
— Fica claro que Dilma é a candidata do PT e que Lula não mudará de nome. Essa situação elimina a chance de surgir uma nova candidatura, até mesmo para não passar a idéia de fragilidade da ministra. Por isso, setores da sociedade que não desejam o processo continuísta vão pressionar pela unidade da oposição — aposta Jutahy Junior (BA), ex-líder tucano.
Tucanos avançam num acordo entre Serra e Aécio Diante da nova situação no xadrez de 2010, os tucanos dizem que não é hora de brigar, e que é preciso reunir forças contra Dilma. Na semana passada, a cúpula do PSDB decidiu avançar num pacto de convivência entre Serra e o governador de Minas, Aécio Neves, com o objetivo de fechar um acordo para unificar o partido. O entendimento para adiar as prévias para fevereiro de 2010 favoreceu os planos do governador paulista e deve ajudar a consolidar sua candidatura presidencial.
— Decidimos evitar um FlaFlu. A ordem é buscar a unidade partidária. Estamos no caminho da pacificação, e o partido sairá desse processo com um nome forte — afirma o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE).
No PT, a percepção é semelhante: hoje o partido não tem alternativa, e a candidatura de Dilma está mais que reafirmada por Lula. Os petistas estão certos de que a prioridade do PSDB, agora, é pacificar o partido para dar força e visibilidade ao tucano que tem mais chances de vencer a petista, Serra.
A ofensiva tucana agora tem o objetivo de enfrentar o processo natural de maior exposição de Dilma nos próximos meses.
— As mudanças no quadro político devem forçar uma unidade maior do PSDB. Isso deve consolidar as candidaturas de Dilma e Serra, numa clara polarização — diz o senador petista Delcídio Amaral (MS).
— A oposição está preocupada com o crescimento de Dilma.
Eles apostaram que a crise econômica iria atingir o governo Lula.
Como isso não aconteceu, entraram em pânico. Por isso, esse movimento de unidade interna dos tucanos — avalia o secretáriogeral do PT, deputado José Eduardo Martins Cardozo (SP).
Nesse cenário, PT e PSDB tentam consolidar seus palanques e atrair o PMDB. O próprio presidente Lula iniciou as costuras para montar a aliança com o PMDB em torno de Dilma. Ele aproveitou um jantar no Palácio da Alvorada semana passada, com os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDBAP), e pôs em pauta a necessidade de um palanque único de PT e PMDB. Lula foi enfático ao afirmar que não há dúvida sobre a candidatura de Dilma, mostrou otimismo em relação à saúde dela e considerou fundamental o PMDB estar junto ao PT.
No PMDB, a sucessão presidencial também ganhou urgência.
O líder Henrique Eduardo Alves (RN) quer criar um grupo para analisar a situação de cada estado, mas só no segundo semestre.
Até lá, vão observar os movimentos de PT e PSDB.
— O presidente deixou claro que acha fundamental a aliança com o PMDB não só para a governabilidade, mas para o futuro.
Ele está trabalhando pelo nome de Dilma. Não mudaria de candidato por conveniência política, pois não seria a hora, e nem por causa dela, já que a saúde da ministra está muito boa — resumiu o líder
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