Adriana Vasconcelos, Maria Lima e Leila Suwwan
Brasília
DEU EM O GLOBO
Recursos para desarquivar ações no Conselho de Ética dependem de votos de petistas
Sem a garantia do apoio dos três integrantes do PT no Conselho de Ética, os cinco senadores de DEM e PSDB no colegiado subscreveram ontem recursos, encaminhados também pelo PSOL, contra o arquivamento de três denúncias e duas representações pedindo abertura de processo de investigação contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Líderes desses três partidos contavam com os votos de Ideli Salvatti (PT-SC), João Pedro (PT-AM) e Delcídio Amaral (PTMS) para alcançar os oito votos necessários para o desarquivamento dos pedidos de investigação. Sarneyzistas agiram para evitar o apoio do PT. E a oposição ameaça ir ao Supremo Tribunal Federal, caso as ações sejam definitivamente engavetadas.
Embora o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), tivesse se comprometido a apoiar pelo menos um dos recursos, ontem houve impasse na bancada, já que Delcídio e Ideli resistem a votar contra Sarney. Sem o PT, são mínimas as chances de investigação.
Neste caso, o PSOL vai ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no STF contra a decisão do presidente do Conselho, Paulo Duque (PMDB-RJ), de arquivar os 11 pedidos de investigação sem sequer consultar o órgão. Ontem, Duque não foi ao Senado. Como o regimento não prevê prazos, a votação de novo está nas mãos de Duque e do vice, Gim Argelo (PTB-DF).
— Se os representantes do PT impedirem a investigação, eles vão ficar muito, mas muito mal — avaliou Renato Casagrande (PSB-ES).
Apesar da reação dos aliados de Sarney, Mercadante quer levar adiante a discussão na bancada, apontada como fiel da balança num processo de cassação de Sarney. Ele pretendia reuni-la ontem para divulgar uma nota, apoiando pelo menos um dos recursos. Só João Pedro está alinhado com o líder.
Petistas querem acordo com PSDB
Ideli teme perder votos na disputa pelo governo de Santa Catarina. Segundo fontes no PT, ela e Delcídio ainda apostam em um acordo com o PSDB — com o arquivamento da representação do PMDB contra o tucano Arthur Virgílio (AM) — para impedir a votação no Conselho.
— As decisões no Conselho são individuais.
Não entendi essa lógica do Mercadante de chamar essa decisão para o partido — afirmou o líder do governo no Senado e suplente do Conselho, Romero Jucá (PMDB-RR).
— Os integrantes do Conselho de Ética devem tomar suas decisões de acordo com sua consciência e não por recomendações partidárias — enfatizou o líder do PTB, Gim Argello.
A representação contra Sarney considerada mais grave pelo PT é a que se refere à interferência dele para nomear o namorado da neta Maria Beatriz Sarney para um cargo comissionado no Senado, por ato secreto.
Da tribuna e encarado o tempo todo pelo ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), com quem bateu boca semana passada, Pedro Simon (PMDBRS) voltou a defender a renúncia de Sarney e condenou o arquivamento sumário de todas as representações: — Se o presidente Sarney não renunciar, independentemente de nós, uma mobilização vai acontecer. Seja de estudantes ou intelectuais.
— A multidão e a sua vontade quase nunca tem razão — respondeu Collor, defendendo Sarney e atacando a imprensa: — Parte da mídia está querendo fazer engolir a cada um de nós essas empulhações que tentam contra Sarney. Mas a mídia não irá conseguir, não fará com que essa Casa se agache diante dela, essa Casa é muito mais alta que isso.
Brasília
DEU EM O GLOBO
Recursos para desarquivar ações no Conselho de Ética dependem de votos de petistas
Sem a garantia do apoio dos três integrantes do PT no Conselho de Ética, os cinco senadores de DEM e PSDB no colegiado subscreveram ontem recursos, encaminhados também pelo PSOL, contra o arquivamento de três denúncias e duas representações pedindo abertura de processo de investigação contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Líderes desses três partidos contavam com os votos de Ideli Salvatti (PT-SC), João Pedro (PT-AM) e Delcídio Amaral (PTMS) para alcançar os oito votos necessários para o desarquivamento dos pedidos de investigação. Sarneyzistas agiram para evitar o apoio do PT. E a oposição ameaça ir ao Supremo Tribunal Federal, caso as ações sejam definitivamente engavetadas.
Embora o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), tivesse se comprometido a apoiar pelo menos um dos recursos, ontem houve impasse na bancada, já que Delcídio e Ideli resistem a votar contra Sarney. Sem o PT, são mínimas as chances de investigação.
Neste caso, o PSOL vai ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no STF contra a decisão do presidente do Conselho, Paulo Duque (PMDB-RJ), de arquivar os 11 pedidos de investigação sem sequer consultar o órgão. Ontem, Duque não foi ao Senado. Como o regimento não prevê prazos, a votação de novo está nas mãos de Duque e do vice, Gim Argelo (PTB-DF).
— Se os representantes do PT impedirem a investigação, eles vão ficar muito, mas muito mal — avaliou Renato Casagrande (PSB-ES).
Apesar da reação dos aliados de Sarney, Mercadante quer levar adiante a discussão na bancada, apontada como fiel da balança num processo de cassação de Sarney. Ele pretendia reuni-la ontem para divulgar uma nota, apoiando pelo menos um dos recursos. Só João Pedro está alinhado com o líder.
Petistas querem acordo com PSDB
Ideli teme perder votos na disputa pelo governo de Santa Catarina. Segundo fontes no PT, ela e Delcídio ainda apostam em um acordo com o PSDB — com o arquivamento da representação do PMDB contra o tucano Arthur Virgílio (AM) — para impedir a votação no Conselho.
— As decisões no Conselho são individuais.
Não entendi essa lógica do Mercadante de chamar essa decisão para o partido — afirmou o líder do governo no Senado e suplente do Conselho, Romero Jucá (PMDB-RR).
— Os integrantes do Conselho de Ética devem tomar suas decisões de acordo com sua consciência e não por recomendações partidárias — enfatizou o líder do PTB, Gim Argello.
A representação contra Sarney considerada mais grave pelo PT é a que se refere à interferência dele para nomear o namorado da neta Maria Beatriz Sarney para um cargo comissionado no Senado, por ato secreto.
Da tribuna e encarado o tempo todo pelo ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), com quem bateu boca semana passada, Pedro Simon (PMDBRS) voltou a defender a renúncia de Sarney e condenou o arquivamento sumário de todas as representações: — Se o presidente Sarney não renunciar, independentemente de nós, uma mobilização vai acontecer. Seja de estudantes ou intelectuais.
— A multidão e a sua vontade quase nunca tem razão — respondeu Collor, defendendo Sarney e atacando a imprensa: — Parte da mídia está querendo fazer engolir a cada um de nós essas empulhações que tentam contra Sarney. Mas a mídia não irá conseguir, não fará com que essa Casa se agache diante dela, essa Casa é muito mais alta que isso.
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