Tiago Décimo e Denise Chrispim Marin
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Em entrevista à rádio Tudo FM de Salvador, o governador de São Paulo, José Serra, afirmou ontem que o governo federal interferiu na crise do Senado. "Não tenho participado dessa discussão, mas fui senador e sei como aquela Casa funciona."
Serra não citou diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas deixou claro que identificou a participação do Palácio do Planalto nos acontecimentos do Senado. "Na condição de governador tenho de manter uma relação institucional com o Senado. Houve realmente interferência do Executivo", disse. "Espero que os próprios senadores encontrem uma saída para essa crise."
Em Quito, o presidente tentou se descolar dos acontecimentos no Senado e declarou que seria "presunção" interferir nos processos abertos no Conselho de Ética contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP)."Eles têm os mecanismos. Que investiguem, que absolvam, que punam. Mas que não peçam a minha opinião."
Ao ser indagado se a tendência de o PT defender a preservação de pelo menos um dos processos não contrariaria sua própria intenção de ver todos os casos arquivados, Lula reagiu. "Nunca se ouviu isso de mim."
O presidente voltou a repetir que o Senado tem "maioridade e instrumentos" para investigar os casos "do jeito que bem entender" e "não cabe a ele dar palpites". "Seria presunção demais da minha parte."
Também voltou a defender a tese de que, durante os processos de investigação e julgamento, não se pode antecipadamente "achar que as pessoas têm de perder os cargos que ganharam legitimamente pelo voto". "Se a gente usar corretamente as fórmulas da democracia, ninguém perde e todo mundo ganha", disse. "Se a gente começar a atropelar os instrumentos democráticos que nós mesmos criamos, todos nós perdemos. Essa é a minha lógica."
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