domingo, 8 de novembro de 2009

Tucanos dizem que Lula tem viés autoritário

DEU EM O GLOBO

"Toda vez que Fernando Henrique fala, ele se desespera"

Cristiane Jungblut

BRASÍLIA. Os tucanos reagiram com veemência aos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que anteontem, em São Paulo, comparou as práticas do PSDB às do nazista Adolf Hitler.

Dirigentes do PSDB disseram que Lula mostrou um viés autoritário com suas declarações e ainda sua dificuldade de aceitar críticas. Para eles, o presidente passou dos limites.

Os tucanos também se disseram surpresos com a postura ofensiva da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sucessão de Lula em 2010. Dilma chamou a oposição de “patética e desconexa”.

Para o líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP), o presidente sempre reage de forma exagerada diante de críticas feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, em artigo publicado no GLOBO, domingo passado disse haver “subperonismo” no governo petista.

Na sexta-feira, em encontro do PCdoB, em São Paulo, Lula ainda disse que a estratégia tucana de treinar cabos eleitorais no Nordeste era “um pouco o que o Hitler dizia para os alemães pegarem os judeus, ou seja, vamos treinar gente para não permitir que eles sobrevivam”.

— Toda vez que o presidente Fernando Henrique fala, ele (Lula) se desespera. Fernando Henrique pôs o dedo na ferida, que é a propensão de Lula a uma postura autoritária. Essa comparação com Hitler não vou nem responder, não se pode levar a sério.

Os (cabos eleitorais) deles já estão treinados e muito bem remunerados pelo aparelho do Estado — disse José Aníbal.

“É conversa de quem não sabe o que falar” O líder tucano acrescentou que Lula acaba atacando a liberdade de opiniões e a democracia: — Querem criar uma situação de interdição do debate e das críticas. A oposição tem que testar cada vez mais o comportamento do presidente, a propensão ao autoritarismo.

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou que o presidente Lula e a ministra Dilma passaram dos limites.

— Patética é essa fixação em querer provar ao Brasil todo que Dilma não é Dilma, é Lula.
Faltaram argumentos e ideias na cabeça da ministra na hora daquele discurso. É conversa de quem não sabe o que falar, é falta de experiência política — disse Guerra

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