DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Líder sem-terra afirma que vitória do tucano na disputa presidencial representaria a volta do neoliberalismo clássico ao país
Posição anti-Serra não se traduz, porém, em defesa do MST à candidatura de Dilma; alas do movimento apoiam a pré-candidata Marina Silva
Ana Flor
Enviada Especial a Porto Alegre
Graciliano Rocha
Da Agência Folha, em Porto Alegre
O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile disse ontem que os movimentos sociais devem fazer campanha contra a possível candidatura do tucano José Serra à Presidência da República.
Em Porto Alegre (RS), onde participa do Fórum Social Mundial, ele disse que uma vitória de Serra representaria "a volta do neoliberalismo clássico" ao Brasil. Segundo Stedile, o MST deverá "torcer" e "fazer campanha" contra o tucano.
Ele afirmou que a rejeição de sindicatos e organizações de trabalhadores a Serra é espontânea, pois o governador de São Paulo se identifica com a plataforma "neoliberal", combatida pela esquerda durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
"Nós não precisamos baixar ordem para ninguém, mas há uma unidade de que todo mundo é contra a volta do Serra, por tudo o que ele representa, da volta do Fernando Henrique."
A posição anti-Serra não se traduz, segundo Stedile, em apoio do MST à provável candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), à sucessão de Lula.
"Nós sempre votamos mais à esquerda, mas não vamos tomar uma posição de candidato A, B ou C", disse Stedile.
Aliados históricos, os sem-terra e o presidente vivem uma relação que ficou mais conturbada no ano passado. O MST já acusou Lula de trair as promessas de reforma agrária. O petista também já condenou invasões de terra e atos de vandalismo cometidos por sem-terra.
Em outubro do ano passado, Stedile afirmou que "o MST não é capacho de Lula" e que não haveria adesão automática à candidatura de Dilma.
Alas do movimento defendem apoio à senadora Marina Silva (AC), provável candidata do PV à Presidência, mas que é vista com reservas por setores ligados à agricultura familiar por ser considerada demasiadamente "conservacionista".
Stedile defendeu que movimentos sociais mantenham uma "posição de autonomia" em relação a partidos. A relação se dará, disse, através da apresentação de plataformas com reivindicações.
A rejeição a Serra também tem raízes na leitura da política internacional feita pelo MST. Stedile afirma que uma vitória do tucano facilitaria o projeto da "hegemonia americana" de retomar terreno perdido na influência da América Latina.
Ele comparou o cenário da volta dos tucanos com a vitória eleitoral do direitista Sebastián Piñera no Chile.
Meu comentário
A ministra da Casa Civil e pré-candidata à Presidência da Repúblia, Dilma Rousseff repete o mesmo discurso de Stedile. Ontem, no Rio ela chamou a atenção para o resultado das eleições do Chile, tentando comparar a direita do país andino com Serra. No Rio, Dilma alertou que os "partidos de esquerda devem estar unidos. A eleição no Chile pode colocar algumas preocupações numa agenda para o Brasil.Por exemplo, a importância da unidade da centro-esquerda.Lá, eles foram desunidos.”
Para a candidata, centro-esquerda é a aliança com Maluf, Collor, Sarney, Renan, etc. E a direita são Serra, Fernando Henrique Cardoso, Roberto Freire, etc. A ministra realiza aproximação com a elite conservadora. E, mais engraçado, ao mesmo tempo, faz um discurso esquerdista, dos tempos da esquerda armada, dos assaltos a bancos, atentados, seqüestros, etc. O passado, os mortos dominam o pensamento da ministra.
Líder sem-terra afirma que vitória do tucano na disputa presidencial representaria a volta do neoliberalismo clássico ao país
Posição anti-Serra não se traduz, porém, em defesa do MST à candidatura de Dilma; alas do movimento apoiam a pré-candidata Marina Silva
Ana Flor
Enviada Especial a Porto Alegre
Graciliano Rocha
Da Agência Folha, em Porto Alegre
O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile disse ontem que os movimentos sociais devem fazer campanha contra a possível candidatura do tucano José Serra à Presidência da República.
Em Porto Alegre (RS), onde participa do Fórum Social Mundial, ele disse que uma vitória de Serra representaria "a volta do neoliberalismo clássico" ao Brasil. Segundo Stedile, o MST deverá "torcer" e "fazer campanha" contra o tucano.
Ele afirmou que a rejeição de sindicatos e organizações de trabalhadores a Serra é espontânea, pois o governador de São Paulo se identifica com a plataforma "neoliberal", combatida pela esquerda durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
"Nós não precisamos baixar ordem para ninguém, mas há uma unidade de que todo mundo é contra a volta do Serra, por tudo o que ele representa, da volta do Fernando Henrique."
A posição anti-Serra não se traduz, segundo Stedile, em apoio do MST à provável candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), à sucessão de Lula.
"Nós sempre votamos mais à esquerda, mas não vamos tomar uma posição de candidato A, B ou C", disse Stedile.
Aliados históricos, os sem-terra e o presidente vivem uma relação que ficou mais conturbada no ano passado. O MST já acusou Lula de trair as promessas de reforma agrária. O petista também já condenou invasões de terra e atos de vandalismo cometidos por sem-terra.
Em outubro do ano passado, Stedile afirmou que "o MST não é capacho de Lula" e que não haveria adesão automática à candidatura de Dilma.
Alas do movimento defendem apoio à senadora Marina Silva (AC), provável candidata do PV à Presidência, mas que é vista com reservas por setores ligados à agricultura familiar por ser considerada demasiadamente "conservacionista".
Stedile defendeu que movimentos sociais mantenham uma "posição de autonomia" em relação a partidos. A relação se dará, disse, através da apresentação de plataformas com reivindicações.
A rejeição a Serra também tem raízes na leitura da política internacional feita pelo MST. Stedile afirma que uma vitória do tucano facilitaria o projeto da "hegemonia americana" de retomar terreno perdido na influência da América Latina.
Ele comparou o cenário da volta dos tucanos com a vitória eleitoral do direitista Sebastián Piñera no Chile.
Meu comentário
A ministra da Casa Civil e pré-candidata à Presidência da Repúblia, Dilma Rousseff repete o mesmo discurso de Stedile. Ontem, no Rio ela chamou a atenção para o resultado das eleições do Chile, tentando comparar a direita do país andino com Serra. No Rio, Dilma alertou que os "partidos de esquerda devem estar unidos. A eleição no Chile pode colocar algumas preocupações numa agenda para o Brasil.Por exemplo, a importância da unidade da centro-esquerda.Lá, eles foram desunidos.”
Para a candidata, centro-esquerda é a aliança com Maluf, Collor, Sarney, Renan, etc. E a direita são Serra, Fernando Henrique Cardoso, Roberto Freire, etc. A ministra realiza aproximação com a elite conservadora. E, mais engraçado, ao mesmo tempo, faz um discurso esquerdista, dos tempos da esquerda armada, dos assaltos a bancos, atentados, seqüestros, etc. O passado, os mortos dominam o pensamento da ministra.
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