Petista decide reforçar, em discursos e
na TV, o debate sobre a PPP da Compesa, procurando atingir Geraldo Julio e
Daniel
Bruna Serra
O mantra que permeou
as campanhas petistas em esfera nacional e local durante as últimas cinco
eleições está de volta: as privatizações. Ciente de que o discurso contrário à
Parceria Público Privada (PPP) da Compesa está irritando os socialistas, uma
vez que lembra a polêmica da privatização da Celpe, Humberto Costa (PT) decidiu
abordar o tema em todos os seus atos públicos e intensificar com o guia eleitoral.
Ele pretende, também, tratar do assunto no debate de amanhã na TV Jornal.
“Nesse processo, a parte boa – a lucrativa – da Compesa vai para o setor
privado. E o prejuízo será nosso, vai aumentar a conta de água”, insistiu
Humberto ontem, depois de realizar carreata de mais de dez quilômetros pelo
Ibura.
A estratégia petista
externa a briga histórica entre o governador Eduardo Campos (PSB) e o senador
Jarbas Vasconcelos (PMDB), que enquanto foram adversários jogaram um no colo do
outro a responsabilidade pela venda da Celpe. Ao trazer à tona o episódio, o PT
provoca a entrada dos socialistas no debate político e, de quebra, deixa a
população intrigada com o argumento de que, assim como a conta de energia, a
água vai custar mais caro.
O discurso ainda resvala
no adversário Daniel Coelho (PSDB), com quem Humberto disputa uma vaga no
segundo turno. Desde a sexta-feira (21), o petista vem repetindo que Daniel não
personifica o novo. “Esse tucano representa as privatizações, a inflação que só
gerou infelicidade para o nosso povo”, atacou.
Humberto ainda
ironizou Geraldo Julio quando afirmou que o socialista busca se vincular apenas
às ações bem avaliadas do governo do Estado. “Ele não assume o corte do ICMS
(do Recife), que foi ele que fez, prejudicando a administração municipal.
Também não assume a PPP da Compesa. Isso não foi ele que fez?!”, disparou. No
fim de semana, o petista ainda criticou o TRE, por ter indicado o juiz João
Maurício Alcoforado – primo do presidente do PSB, Sileno Guedes –, para julgar a
ação do PT contra o socialista Geraldo Julio, por suposta propaganda “casada”
com o governo do Estado.
Ainda ontem, depois
de dizer que é “um tiro no escuro apostar num desconhecido” – fazendo outra
referência ao rival socialista –, Humberto reconheceu que existe no Recife um
sentimento de mudança. Segundo ele, foi ciente dessa necessidade que o PT optou
por mudar o candidato. “A situação não é boa, sabemos disso. A atual
administração (João da Costa) não tem conseguido dar continuidade às mudanças
que a cidade precisa, as políticas sociais. Por isso mudamos o candidato”,
disse.
FONTE: JORNAL DO
COMMERCIO (PE)
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