Missão de Júlio Delgado é criar palanque e alianças para que o partido se torne competitivo no Estado
Marcelo Portela
BELO HORIZONTE - O deputado federal Júlio Delgado assumiu ontem a presidência do PSB em Minas com a missão de viabilizar um palanque no Estado, segundo maior colégio eleitoral do País, para Eduardo Campos caso se concretize o projeto de candidatura do governador à Presidência.
A decisão foi anunciada após uma série de reuniões em Belo Horizonte entre dirigentes mineiros e o primeiro secretário nacional da legenda, Carlos Siqueira, para quem a candidatura de Campos "extraoficialmente já está na rua". "Na prática, o partido está adotando todas as providências porque sabe que terá candidatura própria. Oficialmente ficará para o ano que vem (o lançamento da candidatura) porque assim prevê a legislação eleitoral", declarou.
Delgado assume o comando da legenda no lugar do ex-ministro Walfrido Mares Guia, amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que declara abertamente apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff. "Não tinha condição de ele (Walfrido) continuar na presidência com essa posição, Mas foi muito correto conosco e não há problema em continuar no partido", frisou Siqueira.
"Nosso foco aqui é permitir que a gente possa ter palanque, disputar candidatura majoritária, além de chapas competitivas em níveis estadual e federal", explicou Júlio Delgado. A decisão foi estratégica, já que, além de ferrenho defensor da candidatura de Campos, o deputado é próximo ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), também provável candidato em 2014. Aécio trabalhou pela eleição de Júlio Delgado para a presidência da Câmara no início do ano. "O sentimento e o intuito da Executiva Nacional em nos alçar à presidência neste momento é justamente porque temos uma boa relação com o senador Aécio", admite Delgado.
De acordo com deputado, a direção do PSB avalia que a eleição de 2024 "fatalmente será de dois turnos", tanto para a Presidência quanto para o governo de Minas. "Nesse contexto, tanto o Eduardo é importante para o Aécio, quanto o Aécio é importante para o Eduardo. Amanhã, se der um segundo turno em que o Eduardo passar, a gente sabe qual o sentimento do PSDB. Se der segundo turno com o Aécio e nós ficarmos coerentes com o compromisso partidário, ficamos muito mais à vontade para sustentar uma eventual passagem dele, se essa for a vontade da sociedade. O importante é que estejam sintonizados. A máxima vale para um e para o outro", ressaltou.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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