BRASÍLIA - O ex-presidente Lula disparou ataques à imprensa durante seu encontro ontem com movimentos sociais.
O petista disse ter sido vítima de "maldade" e "preconceito" em sua gestão. Afirmou que certamente alguns jornalistas estavam irritados por não poderem mais falar mal dele e, na sequência, demonstrou mágoa com um episódio ocorrido em 2004.
"A maldade comigo era tanta que eu ganhei uma bala, mas eu estava sentado na cadeira e não tinha onde guardar. Desembrulhei a bichinha e coloquei o papel com muito cuidado no pé da cadeira. (...) Tamanha foi minha surpresa que a capa do jornal era só o papel de bala."
Ele não fez referência a nenhum veículo de comunicação. Em 2004, a Folha publicou fotos mostrando que Lula comeu um bombom e jogou o papel no chão.
O ex-presidente também insinuou que há preconceito de parte da mídia em relação a sua sucessora, Dilma Rousseff. Para ele, parte da imprensa não deu destaque ao tratamento afetuoso do papa Francisco em relação a Dilma. "Ontem eu vi o papa beijar a nossa Dilma nas duas bochechas e isso não apareceu em muitos canais de TV."
No discurso de Lula, sobraram ainda farpas para o presidente dos EUA, Barack Obama. Em tom de ironia, o ex-presidente disse que Obama, que o chamou de "o cara" em 2009, deveria estar monitorando seu discurso, em referência às acusações de espionagem americana no Brasil.
O petista também exaltou a concessão de novos direitos aos trabalhadores domésticos. "Eu, na verdade, acho que nós só vamos ter um país justo quando a gente não tiver empregada doméstica".
A volta de Lula a Brasília não foi prestigiada por políticos. Ele disse que seguiria um discurso institucional e lembrou ter sido multado pela Justiça Eleitoral por falas anteriores --mas não resistiu e improvisou, sendo bastante aplaudido. No final, tirou fotos e distribuiu autógrafos.
Fonte: Folha de S. Paulo
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