quarta-feira, 24 de julho de 2013

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo

São 50 milhões

Do ponto de vista demográfico, o que está por detrás da onda de manifestações que ocorre em todo o país é a consolidação de um contingente de 50 milhões de jovens (de 15 a 29 anos), no Brasil, estabilizado nesse patamar desde 2005, quando a população registrou 51 milhões de jovens e 52 milhões de crianças. No eixo de suas motivações, a incerteza em relação ao próprio futuro e ao das gerações seguintes.

As projeções são da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, cujo titular, ministro Marcelo Nery, encomendou o estudo ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Constatou-se que esse contingente de jovens deve permanecer mais ou menos estável nos próximos 20 anos.

Quando tiverem entre 30 e 45 anos, assim como quando atingirem a faixa de 45 a 60, os jovens de hoje representarão, simultaneamente, o maior contingente absoluto e relativo de trabalhadores brasileiros de todos os tempos. Que futuro as elites dirigentes do país lhes reserva?

Altruísmo
Um neodarwinista como Richard Dawkins (O gene egoísta; Deus, um delírio) diria que o altruísmo dos jovens que vão às ruas nada mais é do que o instinto de sobrevivência do gene replicador da espécie, diante das ameaças da crise econômica mundial e das nossas desigualdades. E que os bons rapazes sempre vencerão, salvarão os ingênuos e derrotarão os vândalos.

O jovem peregrino que participa da Jornada Mundial da Juventude, na qual o papa Francisco mobiliza milhões de brasileiros em comunhão, diria que a esperança é a última que morre, mas é a fé que remove as montanhas que os separam de uma vida melhor, com direito à educação, à saúde, ao trabalho, ao transporte e à moradia dignos.

Vão descer
A visita que o papa Francisco fará hoje ao Hospital da Venerável Ordem Terceira da Penitência promete uma comoção no tradicional bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio. As principais vias da vizinhança serão bloqueadas para a passagem do papa, que estará no local a partir das 18h, após visita ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP). No caminho estão os morros do Salgueiro, Casa Branca, Formiga e Borel.

Sem crise/ Houve um show de incompetência das autoridades encarregadas da segurança do papa Francisco no Rio de Janeiro, que agora tiram o corpo fora e fogem de suas responsabilidades. Mas quem está menos preocupado com o que aconteceu é o próprio pontífice.

Sem risco/ O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, negou que o papa Francisco tenha sofrido ameaça ou sido exposto a riscos por ter circulado pelas ruas do Centro do Rio. “O papa quis deixar sua marca”, ressaltou.

Anarquia
Comentário do líder do PMDB, Eduardo Cunha, do Rio de Janeiro, sobre os recorrentes atos de vandalismo, após os protestos contra o governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB): “Estamos vivendo um estado de anarquia, que se sobrepõe ao Estado real”.

Seguro
O Ministério do Trabalho anunciou ontem que o reajuste do seguro-desemprego para quem recebe acima do salário mínimo: passará de 6,2% para 9%

Médicos
Os deputados federais e presidentes das comissões de Cultura, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), e da Educação, Gabriel Chalita (PMDB-SP), visitaram ontem os estudantes acampados no prédio da reitoria da Universidade Gama Filho, em Piedade, Zona Norte do Rio. A venda da universidade para o grupo Galileu, autorizada pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, provocou o colapso da instituição, inclusive, de sua tradicional Faculdade de Medicina, cujos acadêmicos correm o risco de não conseguirem se formar. Não existe transferência para estudantes dos cursos de medicina.

Sinuca// Cresce no PMDB fluminense a opinião de que o governador Sérgio Cabral deve permanecer no cargo até o fim do mandato, em vez de concorrer ao Senado. A estratégia do PMDB era o vice Luiz Ferrnando Pezão assumir o governo e concorrer à reeleição.

Fonte: Correio Braziliense

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