Morde & assopra
Enquanto o PT irrita o PMDB ao mirar o governo dos estados mais populosos e as vagas ao Senado de outras praças, a presidente Dilma Rousseff tenta obter apoios no sentido de manter o partido sob controle. Esse, aliás, foi o principal objetivo do jantar com o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) com o líder do governo Eduardo Braga, esta semana. Toda a conversa sobre a criação de coordenadorias regionais entre PT e PMDB e Amazônia Legal traz embutida o desejo de Dilma e do vice-presidente Michel Temer de sufocar qualquer tentativa de antecipar a convenção do partido de junho para março do ano que vem.
Sabe como é, embora muitos tenham reservas em relação a Jader, ele é bastente influente no PMDB e é visto no Planalto como alguém que pode ajudar muito a contornar a rebeldia peemedebista que reina em sete estados.
Primeiro, o bastidor
Michel Temer chegou a marcar um jantar ampliado com figuras importantes do PMDB para discutir a conjuntura que leva à pré-convenção de março. No final da tarde, cancelou. Antes, quer ver se consegue fazer refluir alguns estados que hoje tendem a apoiar aquela que já vem sendo chamada de “a convenção da independência”.
Reserva
Há quem diga que o governador do Ceará, Cid Gomes, planeja deixar o irmão Ciro na pole- position para assumir a vaga de vice na chapa de Dilma, na hipótese de o PMDB naufragar. Obviamente, hoje nada indica que Temer ficará fora desse posto, mas, como se diz por aí, “ vai que...”.
Holofotes
A presidente ordenou a todos os seus ministros que não deixem de ir ao Congresso quando convocados para dar explicações. Em relação ao leilão de Libra, por exemplo, ela quer o governo por lá passando a sua versão de sucesso. O senador Aécio Neves, pré-candidato a presidente da República pelo PSDB, aplaude. Assim, terá mais espaço para expor a sua visão do fracasso do leilão.
Pais & filhos
Luís Eduardo Magalhães Filho, o “Duquinha” do ex-deputado Luis Eduardo e dona Michele, segue a vida empresarial do tio ACM Júnior e acaba de fechar um grande negócio para construir um luxuoso resort na Praia do Forte. Duquinha é primo-irmão do prefeito de Salvador e, desde cedo, revelou os trejeitos de Luís Eduardo na carreira política.
Celeiro/ Cientes de que ninguém sai bem numa campanha presidencial se não tiver alguma base em São Paulo, o senador Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, não saem do terreno paulista. A próxima parada de Aécio por lá é o encontro de prefeitos no fim de semana. A de Eduardo será simultânea, com o empresário Sílvio Santos.
Puf, puf!/ Sob um calor de 40 graus à sombra no Piauí, o governador Wilson Martins levou o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para caminharem em Teresina. O ex-senador Heráclito Fortes , sempre bem-humorado e desacostumado a passeios na hora do sol escaldante, saiu com esta: “Esse socialismo tem limite!”
Por falar em.../... Eduardo Campos. A presidente Dilma, até julho, só chamava o governador pernambucano de “o galeguinho”. Desde agosto, acrescenta “traidor #@%*” a cada referência que faz a ele.
Cada evento.../... em seu lugar. O ex-senador e ex-governador Paulo Octávio passou a vida defendendo a transferência das agências reguladoras para Brasília. “O governo tinha de ter feito o leilão de Libra aqui. A ANP tem um escritório na cidade, o Ministério de Minas e Energia é aqui. Assim, não teríamos aquelas imagens na cidade mais conhecida do Brasil, e uma das que mais recebem turistas”, diz ele. Faz sentido.
Fonte: Correio Braziliense
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