O PSB organizou-se em 1947, como a costela socialista da Esquerda Democrática, reunião do que no país existia de resistência à ditadura do Estado Novo (1937-1945). Agora, com a filiação de Marina Silva e os militantes da Rede Sustentabilidade, no dia do aniversário de 25 anos da Constituição cidadã, novamente reúnem-se no PSB importantes forças democráticas, alijadas da eleição de 2014, num momento de necessidade inequívoca de se aprofundar a democracia brasileira e romper com a velha política.
As manifestações que tomaram conta das ruas mostraram que o sistema político está em descompasso com o mundo real. Claramente existe um fechamento do sistema político em relação à insatisfação da sociedade. Os protestos também mostraram que não dá para continuar com um sistema político encastelado no Estado, que trava as transformações. A sociedade já está no digital e o sistema político no analógico, fechado em si mesmo. A política precisa dar respostas, por isso precisamos inovar em sincronia com o ritmo das mudanças sociais e do setor produtivo.
Como bem declarou Marina Silva, está surgindo um novo sujeito político no mundo e no Brasil, que combina a grande quantidade de informação a que as pessoas têm acesso com a grande possibilidade de comunicação entre elas. E isso está transformando a política. Todos os setores da sociedade estão sofrendo a influência da internet. Os negócios estão sendo transformados, os sistemas educativos, a produção de conhecimento, os meios de comunicação.
Sabemos das nossas diferenças, PSB e Rede, mas focamos agora no que nos une – o campo das ideias, do debate, do diálogo. As ideias de Marina foram mais fortes do que sua candidatura – isso é política. Reduzi-la a tempo de TV, palanques, exigência de assinaturas, é retirar o povo do debate. A população vai participar das eleições de 2014, e isto é fundamental.
Ninguém tem dúvida de que a união PSB-Rede, Marina e Eduardo, aumenta as chances do PSB na disputa pelo Palácio do Planalto em 2014. É claro que isso acelera o debate eleitoral, mas, como diz Eduardo Campos, não vamos atropelar o debate do conteúdo que nós vamos apresentar em 2014. Vamos primeiro cuidar do conteúdo que nos une e depois da chapa que vai representar essas ideias.
O que une PSB e Rede neste momento é a História. De pessoas que dedicaram parte de suas vidas à construção de um país melhor. Mais do que semelhanças, PSB e Rede têm a oportunidade de aprender um com o outro, de trocar experiências e de buscar aquilo que pode ser consensual, em propostas tão esperadas pelos brasileiros. E é a boa política que vai propiciar isto, com mais agilidade e menos burocracia, abrindo espaço à participação das pessoas. Temos responsabilidade de aproximar a sociedade da política, buscando novas lideranças, interpretando a complexidade do mundo atual e aprimorando a democracia.
*Deputado Federal e presidente estadual do PSB-RS
Fonte: Zero Hora (RS)
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