• Presidente do DEM diz que ex-tesoureiro coloca a eleição da petista no centro da discussão
Daniela Lima – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - A oposição vai explorar as investigações sobre o ministro Edinho Silva (PT), secretário de Comunicação Social do Planalto, para desgastar a imagem da presidente Dilma Rousseff e de sua campanha à reeleição, em 2014.
Edinho foi o tesoureiro do comitê petista na última eleição. "Ele era o homem que tomava conta do dinheiro da campanha dela. Saiu o [João] Vaccari, ele entrou", disse o presidente do DEM, senador Agripino Maia.
A oposição acredita que a investigação sobre Edinho – que foi acusado pelo delator Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, de receber propina como doação eleitoral para a campanha de Dilma– pode carimbar a tese de que Dilma se reelegeu usando dinheiro sujo.
Essa é uma das teses levantadas pelo PSDB no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A sigla, que move diversos processos contra a chapa petista, diz que houve abuso de poder político e econômico na campanha.
"A investigação sobre Edinho Silva é um link direto com o que está sendo investigado por exemplo, pelo ministro Gilmar Mendes, no TSE", afirmou Agripino.
Líder da minoria na Câmara, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) avaliou que "esses episódios levam para o centro de todas as apurações a campanha de Dilma".
Em nota, Edinho se defendeu e disse que é "plenamente favorável que se apure todos os fatos e que todas as dúvidas sejam esclarecidas".
"Tenho a tranquilidade de quem agiu como coordenador financeiro da campanha de 2014 dentro da legalidade", escreveu o ministro.
Além de Edinho, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), e o senador tucano Aloysio Nunes (SP) passaram a ser investigados na Lava Jato, mas por doações recebidas em 2010.
A oposição vai insistir que uma apuração sobre o então tesoureiro da campanha leva Dilma para o centro da Lava Jato o que dificultaria ainda mais o cenário político para a presidente.
"O país só vai sair do buraco se houver uma coalizão claríssima, o que vai exigir um líder, ou líderes agregadores. O que fica claro é que com ela e com o PT isso é impossível", finalizou Agripino.
O discurso coincide com o momento em que líderes de sete partidos trabalham para viabilizar o impeachment de Dilma no Congresso e buscam fortalecer os laços do vice-presidente, Michel Temer (PMDB), com a oposição.
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