• Em entrevista, vice diz que a aliança com o PT está desgastada
- O Globo
Na estreia do programa “Preto no Branco”, do Canal Brasil, o vice- presidente Michel Temer ( PMDB- SP) afirmou que houve uma tentativa de boicote a seu trabalho no comando da articulação política do governo. Apesar disso, negou que esse fato o tenha pressionado a deixar o posto há duas semanas. Em entrevista ao colunista do GLOBO Jorge Bastos Moreno, na noite de ontem, Temer disse que, como articulador político, “desmatou” para que outros agora possam trabalhar, e que viu de forma positiva o fato de integrantes do governo estarem procurando lideranças do PMDB para abrir um canal alternativo de diálogo:
— De alguma maneira esse fato se verificou ( tentativa de boicote). Foram esses desajustes que, muitas vezes, acontecem em qualquer governo. Mas não foi isso que me pressionou, não ( a deixar a articulação política), porque nós, da vida pública, temos que estar acima dos acontecimentos. Quando vi que, de fato, alguns tantos estavam procurando lideranças, disse: “Olhe só, que coisa boa: o governo está encontrando seu caminho”. Eu abri o caminho, a senda, desmatei e agora, com o caminho aberto, as pessoas podem trabalhar.
O vice teve sua atuação questionada depois de declarar, no início de agosto, que era preciso “alguém” para reunificar o país. A frase foi interpretada por ministros ligados a Dilma como um sinal de que Temer estaria de olho na Presidência.
— O que mais me ofendeu nesse episódio foi me darem o epíteto de asno, quer dizer, sou tão burro que sou capaz de verbalizar uma coisa como essa. Se estivesse querendo fazer isso, jamais pronunciaria aquela palavra. Eu agiria subterraneamente — afirmou Temer, que disse ter combinado com Dilma a declaração e que ela “não se deixou levar por intrigas”.
Candidatura a presidente
O peemedebista admitiu a possibilidade de se lançar candidato a presidente em 2018:
— Isso depende muito das circunstâncias. Não nego, nem deixo de aprovar. Na minha vida pública, nunca escolhi muito o que ia fazer, era levado pelas circunstâncias e tem que ser assim.
Ele admitiu, porém, que a aliança do partido com o PT está desgastada e apresentou uma hipótese “extrema” para 2018: a de a legenda lançar candidato e os petistas o apoiarem, uma combinação que seria inédita.
— Desgastada está ( a aliança com o PT), mas nunca se sabe o que vai acontecer lá para frente — ponderou o vice.
Sobre o envio ao Congresso do Orçamento de 2016 com déficit que pode chegar a R$ 70 bilhões, Temer voltou a defender um Orçamento transparente, ainda que tenha admitido que a previsão de rombo não tem boa repercussão.
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