- Folha de S. Paulo
Todo o enlevo do presidente Michel Temer e do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) com o desempenho da economia no primeiro trimestre, assim como os ares de normalidade que falseiam respirar nas últimas semanas, contrasta com a decisão do Banco Central de acionar o freio na queda dos juros.
O BC indicou que o ritmo de distensão da política monetária foi afetado pela crise política que sorve o Palácio do Planalto. Já no próximo mês poderá limitar uma nova redução da taxa a 0,75 ponto percentual. Foi a primeira reação enfática da área econômica ao cenário caótico derivado da delação da JBS, a despeito da troca de comando no BNDES com o intuito de abrir a torneira do crédito para o empresariado.
Diante das incertezas (citadas cinco vezes no comunicado do BC da última quarta), o ciclo de afrouxamento dos juros pode até mesmo ser interrompido mais cedo do que o esperado. Sem as reformas, aumentam as chances de a Selic encerrar o ano acima dos 8,5% almejados.
Nesta semana, a base governista se viu obrigada a adiar a votação da reforma trabalhista em comissão do Senado por falta de segurança nos votos. A nova Previdência está parada, com previsão pouco realista de ser votada na Câmara na próxima semana, quando haverá o julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE; ou na seguinte, quando haverá feriado.
Como bem resumiu o ministro Gilmar Mendes (STF), reinam no Planalto ramos das Organizações Tabajara, que não cuidam de seus ofícios, mas palpitam e buscam influenciar atribuições de outrem. O pito de Gilmar (jogo combinado com Temer?) referia-se a pressões do governo para postergar a decisão do TSE.
A mão firme do atual Banco Central —que devolveu credibilidade ao combate à inflação e, junto com a recessão, derrubou os preços— desagradou agora muita gente por sua reação anti-Tabajara.
Com todo o respeito ao império erigido pelo grupo Casseta.
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