Por Fernando Taquari | Valor Econômico
SÃO PAULO - O presidente Michel Temer e o governador paulista, Geraldo Alckmin, se reúnem hoje, às 21h30, no Palácio dos Bandeirantes para tratar da crise política. O tucano deve antecipar o retorno de agendas que realizou ao longo do dia pelo interior de São Paulo. Já o pemedebista deve embarcar rumo à capital paulista no fim da tarde.
A reunião entre Temer e Alckmin ocorre em meio à pressão de parte dos tucanos, sobretudo os mais jovens, conhecidos como “cabeças pretas”, pelo desembarque do partido do governo pemedebista. O diretório paulista do PSDB realiza na próxima segunda-feira um encontro partidário para debater a conjuntura e a eventual permanência na base aliada.
A expectativa, segundo dirigentes paulista, é pela ruptura, o que serviria para reforçar o argumento dos que defendem a saída do PSDB do governo. Alckmin, no entanto, tem sido mais comedido em suas manifestações. O governador, inclusive, já informou ao Valor PRO que não comparecerá ao encontro partidário da segunda e que uma eventual decisão sobre o assunto cabe ao diretório nacional.
Apesar de pregar um discurso de cautela e responsabilidade com o país, o governador era apontado nos bastidores, até poucos dias atrás, como um dos “cabeças brancas” tucanos que demonstravam mais entusiasmo com um desembarque imediato. A reunião do PSDB foi convocada por um tradicional aliado do Palácio dos Bandeirantes, o presidente da sigla no Estado, deputado Pedro Tobias.
O julgamento que pode cassar a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com início marcado para terça-feira, 6 de junho, é outro fator que pode determinar os rumos dos tucanos.
Temer está sob pressão desde a divulgação de sua conversa com o empresário Joesley Batista, do grupo JBS, que lhe rendeu inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar se o presidente cometeu os crimes de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução à Justiça.
Diante do quadro de instabilidade, o Planalto contabiliza os apoios, especialmente no PSDB, para evitar uma debandada. Temer deve pedir a Alckmin apoio ao governo pemedebista.
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