Escritor, ateu e feroz crítico da Igreja, 'ampliou o inestimável patrimônio que a literatura representa'
Gabriel Pinheiro, do estadão.com.br
SÃO PAULO - A Igreja Católica em Portugal lamentou nesta sexta-feira, 18, a morte do escritor José Saramago. Em nota, o diretor da Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, padre Tolentino Mendonça, afirma que Saramago - ateu e crítico do catolicismo - "ampliou o inestimável patrimônio que a literatura representa, capaz de espelhar profundamente a condição humana nas suas buscas, incertezas e vislumbres."
Durante sua trajetória, Saramago não escondeu seu desprezo pelas crenças religiosas, em especial aos dogmas católicos. Em O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), um de seus livros mais famosos, o autor apresentou uma provocativa visão do Novo Testamento. Em Caim (2009), seu último romance, o protagonista bíblico amaldiçoa seu destino reservado pelo Criador.
Em entrevista ao Estado à época do lançamento da obra, o escritor português disse que "Deus não existe fora da cabeça das pessoas" e não poupou nem ao papa Bento XVI, a quem chamou de "cínico."
Para a Igreja, o cristianismo e o texto bíblico "interessaram muito ao autor como objeto para a sua livre recriação literária". Essa aproximação, segundo a nota, "resultou em exigência e beleza." O comunicado, porém, termina com uma ressalva: "O único lamento é que ela (relação com o texto bíblico) nem sempre fosse levada mais longe, e de forma mais desprendida de balizamentos ideológicos."
Gabriel Pinheiro, do estadão.com.br
SÃO PAULO - A Igreja Católica em Portugal lamentou nesta sexta-feira, 18, a morte do escritor José Saramago. Em nota, o diretor da Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, padre Tolentino Mendonça, afirma que Saramago - ateu e crítico do catolicismo - "ampliou o inestimável patrimônio que a literatura representa, capaz de espelhar profundamente a condição humana nas suas buscas, incertezas e vislumbres."
Durante sua trajetória, Saramago não escondeu seu desprezo pelas crenças religiosas, em especial aos dogmas católicos. Em O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), um de seus livros mais famosos, o autor apresentou uma provocativa visão do Novo Testamento. Em Caim (2009), seu último romance, o protagonista bíblico amaldiçoa seu destino reservado pelo Criador.
Em entrevista ao Estado à época do lançamento da obra, o escritor português disse que "Deus não existe fora da cabeça das pessoas" e não poupou nem ao papa Bento XVI, a quem chamou de "cínico."
Para a Igreja, o cristianismo e o texto bíblico "interessaram muito ao autor como objeto para a sua livre recriação literária". Essa aproximação, segundo a nota, "resultou em exigência e beleza." O comunicado, porém, termina com uma ressalva: "O único lamento é que ela (relação com o texto bíblico) nem sempre fosse levada mais longe, e de forma mais desprendida de balizamentos ideológicos."
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