Aliados da ex-senadora acreditam na criação de nova legenda
Sérgio Roxo
SÃO PAULO. O PPS iniciou um movimento para tentar aproximação com a ex-senadora Marina Silva, sem partido, e os dissidentes do PV. O primeiro passo concreto foi dado na semana passada com as filiações dos "marineiros" Ricardo Young, candidato verde ao Senado em São Paulo no ano passado, e José Fernando, que disputou o governo de Minas pelo PV.
O resultado imediato do movimento pode ser o apoio de Marina, que teve quase 20 milhões de votos na eleição presidencial do ano passado, a dois candidatos a prefeito da legenda em capitais na eleição do ano que vem: o próprio Fernando em Belo Horizonte e Soninha em São Paulo.
O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, diz que o partido está estreitando os vínculos com os aliados de Marina e vê a "possibilidade de uma caminhada comum agora e no futuro":
- Há um campo comum de atuação. No que isso vai dar, não adianta a gente antecipar.
Para os seguidores de Marina, o assédio do PPS está claro. A legenda tenta buscar espaço no cenário político nacional depois de apoiar José Serra na eleição do ano passado. Com o afastamento de Serra da cúpula do PSDB, o PPS, que segue na oposição ao governo, ficou isolado.
Mas, para os aliados da ex-presidenciável, a chance de uma união com o PPS, para além dos apoios pontuais da eleição de 2012, é pequena. Hoje, a ideia do grupo é mesmo tratar da fundação de um novo partido a partir de 2013.
- Essa aproximação (com o PPS) visa a eleição de 2012 e para aí. O que acontecerá depois depende do futuro - afirma Maurício Brusadin, ex-presidente do PV de São Paulo.
O deputado federal Alfredo Sirkis (RJ), apoiador de Marina que segue no PV, é mais direto ao descartar a possibilidade de entrada do grupo no partido:
- Esse movimento (de aproximação) do PPS é ingênuo. É inconcebível (a filiação ao PPS).
Sirkis lembra que parte da bancada do PPS na Câmara foi favorável à reforma do Código Florestal, ponto de honra dos "marineiros". Apesar de refutar o casamento, Sirkis aceita os apoios pontuais. Ele mesmo pretende subir no palanque de Soninha na capital paulista.
A pré-candidata do PPS tem tentado se aproximar dos "marineiros". Na noite de segunda, ela esteve no lançamento do livro "O Efeito Marina", de Sirkis, sobre a campanha presidencial do ano passado, em São Paulo. Marina compareceu. A ex-senadora não deve declarar apoio a Soninha, no momento. Ricardo Young vai disputar uma vaga na Câmara Municipal paulistana.
Já em BH, o apoio da ex-presidenciável a José Fernando deve ser mais fácil. O problema é que ele não decidiu se vai concorrer na capital mineira ou em Conceição do Mato Dentro, cidade em que já foi prefeito.
FONTE: O GLOBO
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