quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Correios: acordo fracassa e a greve continua

Apesar do acordo fechado anteontem no TST pelo comando nacional dos trabalhadores dos Correios para encerrar a greve, que já completou 22 dias, a paralisação vai continuar. Até a noite de ontem, 30 dos 35 sindicatos da categoria haviam rejeitado o acordo com a estatal

Apesar de compromisso, trabalhadores dos Correios decidem manter greve

Sindicatos rejeitam acordo entre comando nacional da categoria e a estatal

Geralda Doca

BRASÍLIA. Apesar do compromisso firmado anteontem pelos representantes dos trabalhadores dos Correios no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para encerrar a greve, que já completou 22 dias, a paralisação continuará. Até as 21h15m de ontem, 30 dos 35 sindicatos da categoria haviam rejeitado o acordo fechado entre o comando nacional da categoria e a estatal.

O resultado das assembleias será levado hoje ao TST e à direção da empresa pela Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect). Até segunda-feira - quando haverá audiência no tribunal para sacramentar a decisão dos trabalhadores - os serviços não serão normalizados.

Segundo levantamento da estatal, a paralisação já causou atraso na entrega de 145 milhões de correspondências e encomendas. Se a greve tivesse acabado e os trabalhadores retornado às atividades hoje, conforme previa a direção dos Correios, a normalização da entrega ocorreria em sete dias, no Rio, em São Paulo e na Bahia. A carga é concentrada nesses estados, onde a adesão também foi maior.

A decisão dos trabalhadores surpreendeu a direção da empresa, pois o acordo fechado no TST foi aprovado por cinco dos sete membros que compõem o comando de greve. A estatal, no entanto, não deve apresentar novos pedidos de liminar ao tribunal e aguardará o desfecho do processo de dissídio coletivo.

É provável que, antes de designar um ministro relator para o julgamento do dissídio, a ministra Cristina Peduzzi, que conduz o processo, chame uma nova audiência de conciliação entre as partes, evitando que o reajuste e a questão dos dias parados sejam arbitrados pelo TST.

No site da Fentect, a entidade alertava para o desfecho no TST, caso as assembleias rejeitassem o acordo. Em outros julgamentos, o TST tem arbitrado apenas a reposição da inflação e o desconto dos dias parados - e esse é um dos pontos de discórdia na atual negociação. No acordo, os seis dias já descontados no contracheque seriam devolvidos em folha suplementar e descontados entre janeiro e dezembro de 2012, na proporção de meio dia por mês. Os demais dias parados (15) seriam compensados aos sábados e domingos, até maio.

José Gonçalves de Almeida, diretor da Fentect e membro do comando de greve, disse que a categoria acusou o comando de greve de ter aceitado um acordo inferior à proposta anterior da estatal, que previa pagamento de abono de R$500. Pelos termos de terça-feira, além dos critérios para o desconto dos dias parados, a estatal pagaria reajuste de 6,87% para repor a inflação (retroativos a agosto), mais R$80 incorporados aos salários de forma linear a partir deste mês.

Já a greve dos bancários entra hoje no décimo dia, sem perspectiva de terminar tão cedo. As negociações pararam em 23 de setembro. Segundo a confederação dos bancários, a greve já é a maior dos últimos 20 anos. Ontem, foram fechadas 8.556 agências de bancos públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal.

FONTE: O GLOBO

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