• Estatal registrou um lucro líquido de R$ 4,959 bilhões no período e contrariou a projeção dos analistas, que esperavam alta nos ganhos; no semestre, lucro foi de R$ 10,3 bilhões, uma retração de 25%
André Magnabosco - Agência Estado
O maior volume produzido de petróleo e gás no território nacional contribuiu para que a Petrobrás registrasse lucro líquido de R$ 4,959 bilhões no segundo trimestre deste ano, mas não foi suficiente para que o resultado trimestral apresentasse elevação quando comparado ao segundo trimestre do ano passado. Nessa base comparativa, o lucro teve retração de 20%. O resultado veio bem abaixo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que projetavam uma alta média de 11% nos ganhos da estatal.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) ajustado da Petrobrás, indicador que melhor dimensiona a capacidade de geração de caixa de uma empresa, totalizou R$ 16,246 bilhões no trimestre, queda de 10,2% sobre o mesmo período do ano passado (R$ 18,09 bilhões).
Já a receita líquida trimestral atingiu R$ 82,298 bilhões, marca inédita para a companhia. O resultado superou o antigo recorde, de R$ 81,545 bilhões no primeiro trimestre deste ano, e a marca de R$ 73,62 bilhões do segundo trimestre do ano passado.
No acumulado do primeiro semestre, o lucro da estatal somou R$ 10,352 bilhões, retração de 25% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 13,894 bilhões). O balanço foi afetado negativamente pela diferença de preços entre os combustíveis vendidos no Brasil e o valor pago pela Petrobrás no exterior e pela contabilização do Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV) anunciado no início deste ano. Pesou a favor da estatal, por outro lado, o efeito positivo do dólar mais alto nas receitas, o maior volume de produção e o reajuste de combustíveis aplicado em novembro passado.
Investimento. Os investimentos da Petrobrás somaram R$ 41,499 bilhões no primeiro semestre, montante 6% inferior ao registrado no mesmo período de 2013. A maior parte dos investimentos foi direcionada à área de Exploração e Produção (E&P), com o equivalente a R$ 26,926 bilhões (65% do total). Na sequência aparecem as áreas de Abastecimento, com aporte de R$ 9,486 bilhões (23% do total) no período, e de Gás e Energia, com R$ 2,590 bilhões (6% do total).
Quando considerado apenas o segundo trimestre, os investimentos somaram R$ 20,915 bilhões, retração de 14,1% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.
A Petrobrás planeja investir R$ 94,6 bilhões em 2014, montante 9% inferior ao desembolsado no ano passado (R$ 104,4 bilhões). Em 2013, contudo, a Petrobras investiu R$ 6 bilhões apenas no pagamento em bônus de assinatura referente à participação da estatal no consórcio que venceu o leilão do campo de Libra. A Petrobras assumiu 40% do bônus total pago pelo consórcio, no valor de 15 bilhões.
Produção. A produção de petróleo e gás natural da Petrobrás subiu 2,7% no segundo trimestre deste ano, comparado ao igual período do ano passado, alcançando 2,38 milhões de barris por dia. Frente ao trimestre anterior, a alta foi de 3%.
A produção de petróleo estatal vem crescendo de forma sustentada, saindo de 1,926 milhão de barris por dia (bpd) em março para 2,008 milhões de bpd em junho, ou seja, acréscimo de 82 mil bpd de produção ao longo do segundo trimestre do ano, conforme ressaltou a presidente da empresa Maria das Graças Foster, em carta que acompanha o balanço do segundo trimestre da empresa.
No trimestre terminado em junho foram conectados 17 poços marítimos, número 31% superior ao do primeiro trimestre do ano, quando foram conectados 13 poços. Ao longo do segundo semestre deverão ser conectados mais 33 poços. "Meta plenamente factível uma vez que estes poços, em sua maioria, já se encontram perfurados e completados. Além do que, nossa frota de PLSVs (Pipe-laying Support Vessels), embarcações necessárias para realizar estas conexões, era de 11 unidades em 2013, atualmente já são 14. Serão 19 unidades até dezembro", diz a presidente da empresa na carta.
Segundo a presidente, estes avanços que farão com que a empresa entregue neste ano de 2014 uma produção de petróleo de 7,5% superior ao realizado no ano de 2013.
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