O VAZAMENTO das primeiras revelações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em depoimentos prestados sob acordo de delação premiada, injetaram adrenalina na campanha eleitoral.
COMPREENSÍVEL, POIS a líder nas pesquisas, candidata à reeleição Dilma Rousseff, tem longo tempo de ligação, direta e indireta, com a estatal nesses 12 anos de PT no poder.
O REPROVÁVEL, e que prejudica a democracia brasileira, são as manipulações e distorções, condimentadas com alto grau de agressividade, que passaram a contaminar a propaganda eleitoral.
PRESSIONADA PELO crescimento de Marina Silva nas pesquisas, a campanha da candidata petista, por exemplo, veicula um desinformado panfleto eletrônico - como todo panfleto - em que traduz autonomia formal do Banco Central, proposta de Marina, como entregar a vida das pessoas "aos banqueiros". Ora, deixa de considerar que as principais economias do mundo dão algum tipo de liberdade operacional aos seus bancos centrais, por meio de leis.
O PRÓPRIO patrono político da candidata, ex-presidente Lula, concedeu autonomia, mesmo informal, ao BC, quando deu expediente no Planalto.
DILMA RADICALIZA e apresenta Marina como alguém "sustentada por banqueiro" - referência nada elegante ao relacionamento pessoal, e também político, da candidata com Neca Setúbal, herdeira do maior banco privado do país. Mas finge esquecer que sua campanha recebe mais doações de banqueiros que a da adversária.
UMA COISA é combater com argumentos concretos propostas do adversário. Outra, partir para a tal "desconstrução" da pessoa, com golpes vis, mentiras e omissões.
O MESMO vale para todos. Para Aécio Neves e sua tentativa de tratar Marina como neófita, sem considerar a experiência política da ex-petista no Acre e no Congresso. E também para a própria candidata do PSB, esquecida de votações das quais participou no Legislativo, nos tempos de parlamentar do PT, e responsável pelo lançamento de um programa de governo em que as contas de promessas de ações e políticas não fecham.
A PROPAGANDA eleitoral seria contestada no Conar e na Justiça comum por enganosa. O pior é que a mercadoria que vende tem graves implicações para o futuro do país. Inclusive o imediato.
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